O presidente Lula voltou a defender uma moeda comum entre os países do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A fala ocorreu durante o encontro do G7, no Japão. O modelo sugerido pelo petista é o mesmo em vigor com o euro, na União Europeia.
“Eu sonho com a construção de várias moedas entre outros países que façam comércio, que os Brics tenham uma moeda”, disse o político. “Como o euro.”
Apesar da fala do petista, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, costuma defender um modelo diferente do europeu. Euro funciona circulando entre pessoas físicas e jurídicas da União Europeia. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Haddad propõe uma moeda exclusiva para transações comerciais, como uma espécie de câmara de compensação para substituir o dólar.
“Não é possível depender do dólar para fazer comércio exterior”, declarou o presidente brasileiro no encerramento da visita para participar do G7. Lula afirmou que a “moeda dos Brics” será discutida “em algum momento.”
Argentina na pauta
Durante a viagem, o petista também se reuniu com Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional. Durante o encontro, ele pediu o alívio das pressões sobre a dívida argentina. A gestão do petista também defende a criação de uma moeda comum entre o mercado brasileiro e o argentino.
“Eu conversei com a diretora do FMI sobre a situação da Argentina e pedi que ela tivesse compreensão, porque, depois da pandemia, a Argentina enfrentou uma seca,” relatou Lula. “Vamos dar um tempo para a Argentina se recuperar. As nossas empresas precisam continuar vendendo para a Argentina.”
Revista Oeste