O ditador venezuelano Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato, que se estenderá até 2031, em uma cerimônia marcada pela ausência de líderes internacionais e protestos da oposição. Caso permaneça no poder até o fim do mandato, Maduro superará Hugo Chávez como o líder mais longevo da história da Venezuela.
O evento em Caracas contou com a presença de representantes de 125 países, segundo o regime autoritário, mas a maioria era de baixo escalão. Entre os poucos chefes de Estado presentes, estavam os ditadores Miguel Díaz-Canel, de Cuba, e Daniel Ortega, da Nicarágua. Até mesmo aliados tradicionais, como o presidente da Bolívia, Luis Arce, não compareceram.
China e Rússia, pilares de apoio ao regime, enviaram representantes de segundo escalão: Wang Dongming, vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, e Viacheslav Volodin, presidente da Duma russa. Do Brasil, a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira representou o país.
Protestos e denúncias de fraude
A posse aconteceu em meio a protestos da oposição, que acusa o regime autoritário de fraude eleitoral. Segundo a oposição, mais de 80% das atas eleitorais indicam a vitória do opositor Edmundo González, com 67% dos votos, contra 30% de Maduro. Apesar disso, o regime anunciou a suposta vitória de Maduro com 51,2% dos votos, mas sem divulgar os resultados detalhados.
Edmundo González, que declarou ter vencido as eleições, prometeu retornar ao país para tentar impedir a posse, mas não há relatos de sua chegada até o momento. Em nota oficial, a oposição qualificou a cerimônia como um “golpe de Estado”.
Fechamento de fronteiras
Horas antes da posse, o regime venezuelano ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia, principal via terrestre de acesso ao país. A fronteira com o Brasil, no entanto, permaneceu aberta.
Maduro foi conduzido ao cargo em uma cerimônia presidida por Jorge Rodríguez, líder da Assembleia Nacional controlada pelo chavismo. Durante o juramento, Maduro declarou: “Juro que este novo mandato presidencial será um período de paz.”
A posse ocorre em meio ao isolamento político crescente de Maduro e às crises econômica e social que continuam a assolar a Venezuela.