Os preços de medicamentos no Brasil dispararam em 2024, com aumentos de até 359%, de acordo com levantamento da CliqueFarma | Afya, ferramenta especializada em comparação de preços no setor farmacêutico. A análise comparou os valores de janeiro e dezembro do mesmo ano.
O remédio que liderou a alta foi o anticoagulante rivaroxabana, amplamente utilizado na prevenção e tratamento de tromboses, com aumento de 359%. Em seguida, aparece a prednisolona, corticosteroide indicado para inflamações e doenças autoimunes, cujo preço subiu 340%. A tadalafila, indicada para disfunção erétil, hiperplasia prostática benigna e hipertensão arterial pulmonar, completa o ranking com alta de 328%.
Especialistas apontam que esses reajustes refletem uma combinação de fatores econômicos, logísticos e comerciais. “A inflação, variações cambiais, dificuldades na cadeia de suprimentos e a alta demanda por medicamentos específicos são fatores que influenciaram diretamente esses aumentos expressivos”, explicou a CliqueFarma | Afya.
Apesar de a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) ter autorizado um reajuste de até 4,5% nos medicamentos em 2024, os aumentos registrados ultrapassam significativamente esse índice. Segundo a CMED, o cálculo do reajuste anual considera indicadores como inflação, custos industriais não captados pelo índice de preços (como câmbio e energia elétrica) e concorrência no mercado.
O impacto é ainda maior nos medicamentos de uso contínuo ou para condições críticas e crônicas, tornando os consumidores mais vulneráveis a essas oscilações.
O cenário reforça a necessidade de acompanhamento atento de preços e de políticas que garantam acessibilidade a medicamentos essenciais para a população.