O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), diz que a edição de uma Medida Provisória como plano B para a PEC da Transição é “absolutamente desnecessária” e que esse “não é o melhor caminho”. Lira falou com exclusividade à GloboNews em entrevista que irá ao ar no Estúdio I nesta segunda-feira (19).
Lira falou ao Estúdio I antes de o STF concluir “Eu acho que é absolutamente desnecessário. Os diálogos estão sendo francos. A nossa vontade está explícita em ajudar, sem abandonar aliados antigos e acrescentando os novos aliados na construção de um teto que seja melhor para o Brasil. Essa possibilidade de medida provisória calçada em consulta talvez no TCU ou no Supremo não deverá ser o melhor caminho, não é o melhor caminho.”
o julgamento das emendas do relator e de o ministro Gilmar Mendes decidir por manter os recursos destinados ao pagamento de benefícios para garantir renda mínima aos brasileiros fora do teto de gastos. Procurado nesta segunda para comentar o caso, Lira disse manter a sua resposta.
Para Lira, o uso de uma medida provisória trará “resultados abaixo dos que a PEC pode dar”. O presidente da Câmara avalia que o diálogo será mais produtivo. “Saliva, conversa, diálogo, cooperação, sinceridade e franqueza nas conversas, elas sempre produzem mais. Foi isso que nos acostumamos a fazer durante os dois anos que convivemos. Sem nenhum tipo de chantagem. sem nenhum tipo de extorsão, sem nenhum tipo de fisiologismo”, afirma.
O presidente eleito Lula (PT) se reuniu neste domingo (18) com Lira, em Brasília. O encontro aconteceu em meio à tentativa do governo eleito de aprovar na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição conhecida como PEC da Transição.
A PEC foi aprovada pelo Senado no dia 7 de dezembro. Agora, a Câmara deverá discutir a proposta e votar o texto.
A votação, que está prevista para essa terça-feira (20), será em dois turnos e são necessários três quintos de votos dos parlamentares (308 dos 513 deputados).
Para Lira, a Câmara não ter tido acesso ao texto votado e aprovado pelo Senado “causa dificuldades internas”. O parlamentar disse, ainda, que seu encontro com Lula tinha como objetivo “informar e discutir com o presidente Lula as perspectivas de aprovação ou não de determinados limites dessa PEC”.
Lira diz que está trabalhando para ser um facilitador e que cabe a ele ajudar, mas ressalta que “o presidente da Câmara não é líder de governo, não organiza base e não organiza bancada”.
g1