O mercado aéreo doméstico do Brasil foi o único dentre os maiores do mundo que teve crescimento em julho de 2022, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo um levantamento da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).
O estudo aponta que, em julho, a demanda doméstica, medida pela métrica de receita por passageiro por quilômetro (RPK), cresceu 0,9% em relação ao período pré-pandemia. Já na comparação com o mesmo mês em 2021, a alta foi de 24,2%.
O desempenho superou o dos mercados aéreos domésticos dos Estados Unidos, que recuou 8,4%, da Austrália, com queda de 10,2%, e da China, que teve perda de 30,5%. Comparando a indústria como um todo, o setor ficou 13,1% menor em julho do que no período pré-pandemia.
No relatório, a Iata destaca que “após alguns meses de evolução lateral, o tráfego [doméstico brasileiro] aumentou substancialmente este mês, com uma variação mês a mês de 28,8%”.
Para Dany Oliveira, diretor da Iata no Brasil, “o mercado brasileiro tem apresentado um crescimento resiliente ao longo dos meses e por isso conseguiu ultrapassar os valores observados pre-pandemia. O Brasil foi o único país entre os grandes mercados domésticos de aviação a superar essa marca no mês de julho”.
“Importante notar que 1,5 milhão de passageiros internacionais voaram de ou para o Brasil nesse mês de julho – maior valor desde fevereiro de 2020”, diz Oliveira.
“As viagens aéreas de passageiros continuam sua recuperação robusta, com receita de passageiros-quilômetros aumentando 58,8% em termos anuais em julho”, destaca a organização. Até o momento, os voos domésticos são os principais responsáveis pela recuperação. Em julho, eles tiveram uma alta de 86,9% na comparação com o mesmo mês de 2019.
Internacionalmente, a flexibilização de restrições de viagem na região Ásia-Pacífico ajudou a manter o movimento de recuperação dos RPKs de voos internacionais, com aumento de 150,6% ante julho de 2021, mas ainda 32,1% abaixo do nível de 2019.
Somando voos domésticos e internacionais, a oferta está 23,6% abaixo do período pré-pandemia, mas 37,3% maior que em 2021. As regiões com melhor desempenho são a América do Norte e a América Latina, com a capacidade total 9% menor que em 2019.
“Olhando para o futuro, as reservas futuras indicam uma clara tendência de alta para o tráfego doméstico. As reservas internacionais perderam um pouco de impulso em julho, uma ligeira queda que é atribuída a tendências sazonais”, diz o relatório.
CNN Brasil