O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias, participará na 4ª feira (19.abr.2023) de reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. A informação foi confirmada ao Poder360 pelo presidente do colegiado, o deputado Sanderson (PL-RS).
Dias prestará esclarecimentos sobre os atos do 8 de Janeiro, em que extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. A reunião será a partir das 14h.
O presidente da comissão disse que o ministro será questionado a respeito de 3 situações:
“Se recebeu ou não reforço militar nos ataques, porque a informação é de que Dias teria recebido apoio militar, mas recusou”;
“Saber se tinha condições de fazer um enfrentamento da invasão, em termos materiais e, se não tinha, por que não pediu reforço?”;
e “Saber por que Dias não forneceu as filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto às autoridades que solicitaram o conteúdo”.
Questionado se a comissão acredita que Dias foi omisso em relação aos ataques do 8 de Janeiro, Sanderson disse que não pode “fazer juízo de valor” e que as perguntas ficarão a cargo dos integrantes da comissão.
A Comissão de Segurança Pública é formada por 75 deputados, ao todo, incluindo titulares e suplentes e Mesa Diretora. Dos integrantes, 20 são filiados ao PL (Partido Liberal), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado Coronel Meira (PL-PE) é o autor do requerimento de convocação. Delegado Caveira (PL-PA) e Carlos Veras (PT-PE) são os coautores.
O presidente da comissão também disse que orientou aos deputados da Casa a não realizarem ações parecidas como as que se deram na 3ª feira (11.abr) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O colegiado convidou Dino para falar a respeito das mudanças na política de controle de armas de fogos e da invasão das sedes dos Três Poderes. Entretanto, a audiência foi encerrada antes do previsto depois de bate-boca e agressões verbais entre os deputados presentes.
“Eu conversei com os parlamentares para que aquele tipo de situação não aconteça, porque, além de depor contra a imagem do Congresso Nacional, [os atos] também prejudicam o bom andamento da reunião da Comissão de Segurança Pública“, disse Sanderson.
No outro dia, 12 de abril, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, compareceu à reunião do colegiado. Os congressistas questionaram o chefe da pasta a respeito da situação e do resguardo aos direitos humanos dos extremistas presos.
O deputado Gilberto Silva (PL-PB) disse, inclusive, que Almeida foi omisso no apoio às pessoas detidas depois das invasões às sedes dos Três Poderes da República e declarou que “muitos foram presos de forma inconstitucional e ilegal”.
“Nós fomos apurar, que nós tivemos lá por meio da Ouvidoria. Nós fomos olhar, por conta das reclamações, os contratos. A gente tem que olhar como é que é servida a comida […] Sabe quem que assinou esse contrato? O antigo secretário de Estado da Segurança Pública do Distrito Federal, o senhor Anderson Torres”, respondeu o ministro em relação ao almoço servido aos denunciados.
Poder 360