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Ele sempre achou que tinha tempo. Sempre acreditou que um “depois eu faço” não faria tanta diferença.
Ela dizia, de tempos em tempos, que sentia falta de carinho, de palavras bonitas, de um “eu te amo” dito sem motivo. Ele sorria, dava um beijo rápido e dizia:
— Você sabe que eu te amo.
Ela sabia. Mas queria ouvir.
Os dias foram passando. Os pequenos gestos foram se tornando cada vez mais raros. No início, ela insistia. Reclamava, pedia atenção, falava sobre o que sentia. Com o tempo, foi desistindo. Pedia menos, falava menos. Ele interpretou o silêncio como paz. Achou que tudo estava bem. Afinal, ela ainda estava ali, ao lado dele.
Até que, um dia, não estava mais.
Ele chegou em casa e encontrou a mala pronta ao lado da porta. Franziu a testa, confuso, esperando uma explicação.
— O que está acontecendo?
Ela respirou fundo antes de responder, como quem já havia ensaiado aquela cena inúmeras vezes.
— Estou indo embora.
Ele riu, nervoso. Disse que ela estava exagerando, que não havia motivo para tanto. Que ele a amava, sempre amou.
Ela fechou os olhos por um instante, segurando as lágrimas. Quando voltou a encará-lo, sua voz era serena, mas firme:
— Você me amava do seu jeito. Mas não do jeito que eu precisava.
E então, sem olhar para trás, ela se foi.
Ele ficou parado, tentando entender. Tentando processar como aquilo tinha acontecido. Ele achou que ela nunca partiria. Que sempre ficaria, mesmo sem receber o que merecia.
Mas o amor dela, que parecia inabalável, tinha se desgastado em silêncio.
E o adeus que ele nunca imaginou ouvir… foi o único que ela teve forças para dizer.
Naquela noite, pela primeira vez, ele sentiu o peso de um vazio que não poderia preencher.
Crônicas da Vida Real – Um espaço para reflexões sobre situações que, reais ou fictícias, podem ser vividas por qualquer um de nós. Gostou dessa história? Compartilhe com a hashtag #CronicasDaVidaReal e marque quem precisa ler!