Neto Queiroz
Mês de junho terminando e agora começa praticamente o calendário eleitoral. A partir de 20 de julho começa o prazo das convenções. Esse prazo será de duas semanas e termina em 05 de agosto. A partir daí o período para as solicitações de registro de candidaturas à Justiça Eleitoral. A campanha começa mesmo no dia 16 de agosto e vai até o dia primeiro de outubro. Então, diante dos prazos, está começando a fase de afunilamento das pré-campanhas e início das campanhas mesmo. Agora é pra valer.
O QUE DIZEM AS PESQUISAS
Somente no mês de junho foram divulgadas cinco ou seis pesquisas eleitorais aqui no Rio Grande do Norte. Pesquisas para todos os gostos e ansiedades. A leitura geral que faço dos resultados dessas pesquisas, umas mais e outras menos, é que nos possibilita traçar um esboço médio. Na corrida para o Governo do Estado, Fátima Bezerra permanece inalterada na casa de um terço do eleitorado com intenções de voto declaradas. Isso me parece consolidado. A questão do quanto Fátima poderá subir ou não, vai depender das circunstâncias da campanha que podem alterar o quadro ou não.
FÁTIMA E SEU TETO BAIXO
Considerando que em relação a aprovação do seu governo, Fátima Bezerra tem média próxima dos 50%, isso significa que a diferença entre os que dizem votar nela e os que aprovam seu governo e não declaram voto, há aí um percentual de potencial de crescimento. Uma vez que quem aprova não deve integrar o bloco dos que rejeitam. E mesmo no quesito rejeição, quando Fátima empata numericamente com suas intenções de votos, isso significa que ela ainda tem margem de crescimento. Isso não significa que vá crescer nessa proporção, significa apenas que ela pode crescer ainda.
E COMO ANDA A OPOSIÇÃO
Com relação aos candidatos ao Governo que fazem oposição a Fátima Bezerra, principalmente Styvenson Valentin e Fábio Dantas, as pesquisas indicaram uma situação medida de empate técnico entre os dois. Ora um à frente, ora outro. Com relação a Fabio Dantas há quem ache positivo o percentual médio de 12 a 14 pontos de intenções de voto nessa fase de pré-campanha. Há, também, os que acham que necessariamente deveria estar melhor. É preciso considerar que Fábio é desconhecido de boa parte do eleitorado e dependendo da forma como se dê esse contato e conhecimento que o eleitor terá com ele, poderá indicar favoravelmente um potencial de crescimento ou frustração do eleitor com seu perfil.
FÁBIO VAI TER QUE SER MAIS COMPETITIVO
Eu acredito que Fábio poderia ter aproveitado melhor esses dois meses decorridos entre o anúncio do seu nome e as convenções. Seria tempo suficiente para causar um impacto mais positivo no eleitorado e na percepção política dos analistas. O fato é que Fábio corre contra o tempo. Ele não terá muito tempo para tentar se mostrar competitivo no pleito. Não são poucos os que estão olhando para ele desconfiados sobre a possibilidade de ele conseguir mostrar viabilidade. Gente que está indeciso entre subir no palanque ou ir para outra freguesia. Dessa forma, Fábio terá que mostrar nas pesquisas iniciais de campanha que vai se consolidar como o adversário de Fátima com chances de vitória, sob pena de ficar pelo caminho lutando sozinho.
A DISPUTA FÁBIO X STYVENSON
Considero também que Fábio vai ter uma outra disputa no nicho do voto oposicionista, caso o senador Styvenson Valentin confirme sua candidatura ao Governo. Caso isso se confirme, a primeira briga que Fábio Dantas tem que ganhar é derrotar Styvenson no papel de principal adversário do PT, assumindo uma posição de dianteira visando uma futura polarização com a governadora. Caso se dê o contrário e Styvenson avance melhor nesse cenário, caberá a Fábio assistir o cortejo passar por ele.
STYVENSON DEVE CONFIRMAR
Eu hoje estou propenso a acreditar que Styvenson vai mesmo confirmar a candidatura. Basta fazer uma leitura mais apurada do estilo do senador e sua metodologia aplicada em decisões passadas. Styvenson gosta deste suspense, de causar ansiedade. A candidatura é uma opção dez vezes melhor que a não candidatura, mesmo que não seja vencedor no pleito. Além disso, manter percentuais médios nas pesquisas em torno de 13% das intenções de votos nesse momento, mesmo sem ter anunciado que é candidato, faz de Styvenson um candidato a ser observado. Parece, nesse caso, um eleitorado fidelizado. Percentual esse que dá a qualquer pré-candidato brilho nos olhos para arriscar. Por isso, penso que Styvenson vem aí como candidato.
CORRIDA ABERTA AO SENADO
Na corrida ao Senado, as pesquisas nos levam a uma conclusão que não se altera desde meses atrás. A corrida está completamente aberta e entre Carlos Eduardo, Rogério Marinho e Rafael Mota, tudo por acontecer. Não tem ninguém que possa cravar hoje uma aposta mais ajustada em qualquer um deles. Em todas as pesquisas, temos quase a metade do eleitorado ainda dizendo que não sabe em quem vai votar para o Senado. Por isso, os líderes nas pesquisas, Carlos e Rogério, estão com teto baixo. E por isso, Rafael permanece vivo. Porque havendo tantos indecisos, há um vácuo para um nome que corra por fora da polarização.
QUE COMECE A CAMPANHA
O certo é que pesquisas são retratos que só servem para analisar um momento. E a fotografia que está sendo tirada agora pelas ´pesquisas de junho, é que temos no RN uma disputa ao Governo aberta, mas com Fátima Bezerra sobrevivendo pela falta de uma oposição mais vistosa aos olhos do eleitor . E na corrida ao Senado um cenário bem aberto com três nomes em boas condições de disputa. Que comece a campanha.
