O estresse sem precedentes causado pelo isolamento social durante a pandemia da Covid-19 foi um dos principais motivos para o aumento de 25% dos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo no primeiro ano da pandemia, segundo mostrou um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na quarta-feira (2/3).
As restrições mais rígidas impostas no período, impossibilitando as pessoas de trabalharem, de terem convívio social ou de contar com o apoio de familiares, também são apontadas como fatores que prejudicaram a saúde mental de pessoas de todo o mundo, bem como a solidão, o medo despertado pela doença, o luto pelas mortes de pessoas queridas e as preocupações financeiras.
Entre os profissionais de saúde, a exaustão apareceu como um gatilho relevante para pensamentos suicidas, segundo o relatório elaborado pela OMS por meio da revisão de estudos científicos.
“As informações que temos agora sobre o impacto do Covid-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado enviado à imprensa sobre o relatório.
“Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”, continuou.
Vulneráveis
A revisão dos dados mostrou que as mulheres, os jovens adultos, com idade entre 20 e 24 anos, e as pessoas com condições de saúde pré-existentes – como asma, câncer e doenças cardíacas – foram as mais prejudicadas em relação à saúde mental no período.
Apesar de não parecerem mais vulneráveis à infecção do coronavírus, quando as pessoas com transtornos mentais pré-existentes são infectadas, elas se mostraram mais propensas a passar por hospitalizações, doenças graves e morte em comparação com pessoas sem transtornos mentais, de acordo com a OMS.
“Pessoas com transtornos mentais mais graves, como psicoses, e jovens com transtornos mentais, estão particularmente em risco”, afirma o comunicado.
Agora RN