Pescadores encontraram um exemplar de peixe-leão, espécie invasora na costa potiguar. O animal foi localizado a 16 metros de profundidade e gera alerta pois não tem predador local, tem espinhos venenosos e representa uma grande ameaça para a biodiversidade brasileira.
A informação foi confirmada pelo projeto De Olho Nos Corais, do Laboratório de Ecologia Marinha da UFRN. A iniciativa monitora a saúde dos corais brasileiros, que correm potencial risco com a chegada de espécie invasora.
A espécie não é natural do Brasil, mas há ocorrências de aparição na costa do Pará, em Fernando de Noronha (PE), e no litoral paulista. A última vez que a espécie foi localizada foi no litoral cearense, no início do mês de agosto.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirmou que é provável que o animal tenha chegado naturalmente por correntes marítimas do Caribe, embora a possibilidade de o surgimento da espécie ter sido provocado por aquaristas amaradores não ter sido descartada.
A pasta afirmou estar desenvolvendo um plano nacional de prevenção, controle e monitoramento aplicado ao peixe-leão articulada com outras instituições, “inclusive com o desenvolvimento de protocolos aplicáveis para as atividades locais de alerta, detecção e resposta rápida que assegurem ações eficazes e impeçam o avanço do processo de invasão”.
Você pode colaborar!
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou um passo a passo dando dicas de como se proteger do animal e ajudar os pesquisadores a mapearem essa espécie que está se desenvolvendo no país.
1. Aprenda a identificar a espécie
O peixe-leão tem o corpo listrado de branco e tons de vermelho, laranja e marrom. A espécie tem 18 espinhos venenosos, tem raios na nadadeira peitoral prolongados e pode medir até 47 centímetros.
2. Fui furado por um peixe-leão. E agora?
Mantenha a calma! O veneno do peixe-leão não é fatal para pessoas saudáveis. Se possível, passe água quente no local afetado para retardar a ação da substância tóxica. Procure atendimento médico o mais rápido possível para receber o tratamento adequado.
3. Por que a presença dele é perigosa?
O peixe-leão é considerado um invasor. Ele é originário do Indo-Pacífico e foi capturado pela primeira vez, em 2020. Há sinais de que ele está se desenvolvendo. Portanto, a caça dele coloca em risco espécies nativas e endêmicas do nosso país, e pode causar desequilíbrio ao nosso ecossistema.
Só para se ter uma ideia, o peixe-leão se alimenta de animais com quase seu tamanho. E pode comer 20 peixes em cerca de 30 minutos. A espécie também pode colocar 30 mil ovos no período de reprodução, o que faria essa população do invasor crescer absurdamente. A situação ainda gera a redução da produção pesqueira.
4. Pescou acidentalmente um peixe-leão. E agora?
Não devolva o peixe para água. Coloque o dedão dentro da boca do peixe, e, com outra mão, cuidadosamente corte seus espinhos. Se possível, traga o peixe para a terra e entregue para a ICMBio da sua região.
5. O que fazer caso você encontre um peixe-leão durante o mergulho?
Se possível, anote o nome do local, a profundidade e fotografe ou filme. Essa atitude ajuda os especialistas a descobrirem mais informações sobre esse invasor.