A pesquisa divulgada neste domingo (16) pela Quaest também revelou que o desinteresse por política é mais acentuado entre brasileiros de classe baixa. Segundo os dados coletados, 38% das pessoas desse grupo afirmam não ter qualquer interesse no tema. Já na classe média, o percentual cai para 28%, enquanto na classe alta apenas 21% se dizem “nada interessados”.
Por outro lado, o percentual de indivíduos que demonstram “muito” interesse por política é significativamente maior nas classes mais favorecidas. Entre os mais ricos, 20% se mostram bastante engajados, contra 15% da classe média e 11% da classe baixa.
O estudo também apontou que o maior grupo em termos numéricos dentro das classes alta e média é o dos que se declaram “mais ou menos” interessados no assunto, com 36% e 32%, respectivamente. Já na classe baixa, o maior percentual (38%) corresponde aos que afirmam não ter interesse algum.
Para definir a estratificação social dos entrevistados, a Quaest utilizou o Critério Brasil 2024, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), que classifica os brasileiros nas categorias A, B1, B2, C1, C2 e D+E. O critério leva em consideração variáveis como quantidade de automóveis no domícilio, escolaridade do chefe da família e renda média mensal.
O levantamento da Quaest foi realizado a partir de pesquisas domiciliares nacionais conduzidas em 2024, com uma amostra total de 2 mil pessoas. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, variando conforme os segmentos analisados.
Níveis de interesse por política, por classe:
Classe baixa (margem de erro: 4 p.p.)
- Muito interessado: 11%
- Mais ou menos interessado: 24%
- Pouco interessado: 26%
- Nada interessado: 38%
Classe média (margem de erro: 3 p.p.)
- Muito interessado: 15%
- Mais ou menos interessado: 32%
- Pouco interessado: 25%
- Nada interessado: 28%
Classe alta (margem de erro: 4 p.p.)
- Muito interessado: 20%
- Mais ou menos interessado: 36%
- Pouco interessado: 23%
- Nada interessado: 21%
Os dados reforçam a tendência de que o envolvimento com a política cresce conforme a classe econômica, sugerindo um impacto direto da condição socioeconômica na participação e interesse cívico dos brasileiros.