Na manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Fake Tags, com o objetivo de desmantelar um esquema de compra e venda de etiquetas para postagem de encomendas através de contratos fraudulentos na plataforma Correios Fácil, uma iniciativa dos Correios voltada para empresas que realizam entregas frequentes. A investigação revelou um prejuízo superior a R$ 2,7 milhões aos Correios, envolvendo 69 contratos ilícitos.
A ação da PF incluiu a execução de dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e Ipatinga, em Minas Gerais. Estes mandados foram expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Caicó, no Rio Grande do Norte, região que se destacou como um centro significativo desta atividade criminosa, especialmente nas cidades de Serra Negra do Norte e Caicó.
O esquema funcionava através da formalização de contratos fictícios com o Correios Fácil, utilizando dados de empresas inexistentes. Os criminosos recebiam etiquetas legítimas para postagem, que eram posteriormente vendidas a preços reduzidos para empresas reais, buscando lucro ilegal e deixando os Correios à mercê de faturas impagáveis.
Durante a operação, a PF apreendeu 215 objetos postais no centro de distribuição em Natal, totalizando aproximadamente 16m³ de mercadorias que haviam sido enviadas ilegalmente. A investigação também identificou individuais em Três Lagoas e Ipatinga como principais agentes do esquema, além de outros intermediários em Caicó que facilitavam a distribuição das etiquetas fraudulentas.
Esta rede ilícita permitia a inserção de mercadorias no fluxo postal nacional sem o devido pagamento aos Correios, configurando um claro ato de estelionato qualificado. Os envolvidos no caso estão sujeitos a penas severas, incluindo mais de seis anos de reclusão, além de multas.
Os Correios, por meio de comunicado, afirmaram estar em cooperação plena com as autoridades para a investigação do caso e enfatizaram a manutenção de uma parceria sólida com órgãos de segurança para a prevenção de crimes contra os serviços postais. A operação é um lembrete da importância da vigilância e da integridade nos processos de postagem, essenciais para a confiança no sistema postal brasileiro.