As 22 concessões de campos de produção do Polo Potiguar devem receber, ao longo dos próximos 11 anos, um volume da ordem de R$ 7,3 bilhões, de acordo com o programa de investimentos preliminares da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. A empresa adquiriu os campos da Petrobras em janeiro deste ano. O valor total da venda foi de US$ 1,38 bilhão.
Com os investimentos, a 3R Petroleum espera retomar níveis antigos de produção de barris de petróleo, que hoje representam metade do que eram antes do programa de desinvestimento da Petrobras.
O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Ricardo Savini, durante a Audiência Pública “Os impactos na Economia Potiguar com a venda dos ativos da Petrobras”, que aconteceu na Assembleia Legislativa do RN (ALRN) nessa quinta-feira (17).
De acordo com o CEO da empresa, os níveis antigos de produção do Polo Potiguar, que chegaram a atingir patamares em torno de 37 mil, podem passar a 50 mil barris por dia. O objetivo é retomar essa produção em pouco tempo.
“De 2009 a 2016, a produção ficou bastante estática nesses campos. A partir de 2015 e 2016, houve um grande declínio e hoje esse polo produz 20 mil barris. Nosso target [objetivo] é rapidamente retomar, nesse polo, a produção de 50 mil barris por dia”, afirmou.
Os investimentos, de R$ 7,3 bilhões, segundo Savini, serão em termos de CAPEX (revitalização de poços, que inclui a execução de workovers – quando se entra com uma sonda em um poço existente para abrir um reservatório novo).
Além disso, novos poços serão perfurados, bem como haverá construção e ampliação de novas instalações de superfície.
Petrobras deve deixar Rio Grande do Norte no primeiro trimestre de 2023
Após assinar a venda do Polo Potiguar para a 3R Petroleum por US$ 1,38 bilhão em janeiro, a Petrobras deve encerrar suas operações de produção de petróleo e gás no Rio Grande do Norte até o primeiro trimestre de 2023, quando pretende encerrar a transição dos campos maduros em terra e em águas rasas na costa potiguar para a nova concessionária.
O polo envolve 22 concessões de campos de produção, junto com a infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural, localizadas na Bacia Potiguar.
Após a compra, a 3R ficará com cerca de 80% da estrutura montada pela Petrobras no estado ao longo de mais de 40 anos. Outros polos foram adquiridos também por outros produtores independentes. O início da transição ainda depende do resultado da análise da venda pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Não vai existir uma descontinuidade de operações. De fato, é uma transferência de operações para a empresa 3R. Então, tão logo o Cade aprovar, a gente inicia trabalhos de transição com a empresa. Não existe uma data firme, mas a expectativa que nós temos é o primeiro trimestre de 2023 para que a Petrobras deixe de ser a responsável direta pelas operações e transfira a responsabilidade para a empresa 3R”, disse Paulo Marinho, gerente geral da unidade de produção da Petrobras no Rio Grande do Norte e no Ceará.
*Com informações do G1 e da Tribuna do Norte