A produção industrial do Rio Grande do Norte registrou uma queda em dezembro de 2024, após ter mostrado leve aumento no mês anterior. Esse recuo é considerado típico para o período, uma vez que as empresas já haviam cumprido as encomendas de final de ano. Além disso, o número de empregados no setor também apresentou retração, após onze meses consecutivos de crescimento.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também recuou, acompanhando a desaceleração da atividade. Em relação aos estoques de produtos finais, houve uma redução em comparação com novembro, embora ainda acima do nível planejado pelas indústrias.
No 4º trimestre de 2024, os empresários expressaram insatisfação com as condições financeiras das empresas. A dificuldade de acesso ao crédito, o aumento nos preços das matérias-primas e as margens de lucro abaixo do esperado foram pontos críticos destacados na pesquisa. O acesso ao crédito foi apontado como mais difícil em relação ao trimestre anterior, refletindo o aumento das dificuldades econômicas enfrentadas pelas indústrias.
Além disso, o aumento no preço das matérias-primas, que se acelerou durante o período, também trouxe desafios adicionais para as empresas potiguares. Segundo os empresários, a elevada carga tributária, a insegurança jurídica e a competição desleal, que envolve fatores como informalidade, contrabando e dumping, continuam sendo os principais problemas enfrentados pela indústria local.
Em relação às expectativas para 2025, o cenário é igualmente desafiador. Em janeiro de 2025, as perspectivas para os próximos seis meses indicam uma visão pessimista em relação ao futuro. Os empresários preveem retração nas compras de matérias-primas, no número de empregados e nas exportações. Por outro lado, a expectativa de aumento na demanda, embora modesta, ainda é apontada como uma esperança para um possível aquecimento da atividade industrial.
O único dado positivo observado na pesquisa foi a continuidade do crescimento na intenção de investimento. A intenção de investimento, que apresenta uma alta pelo terceiro mês consecutivo, indica que, apesar das dificuldades, as empresas estão buscando alternativas para melhorar a sua competitividade e resistir aos desafios econômicos.
Diferenças entre os portes das empresas
A pesquisa revelou diferenças de desempenho entre as pequenas e médias/grandes indústrias do estado. As pequenas empresas, que representam uma fatia significativa da indústria potiguar, relataram estabilidade no emprego, mas com queda nos estoques de produtos finais e insatisfação com a margem de lucro. A previsão para os próximos meses é de queda na demanda, nas compras de matérias-primas e nas exportações.
Já as médias e grandes indústrias têm uma perspectiva mais otimista. Embora também tenham registrado recuo no número de empregados, essas empresas mantêm estoques mais elevados e estão mais satisfeitas com a sua margem de lucro. Além disso, preveem um crescimento na demanda, no número de empregados e nas exportações, com uma estabilidade nas compras de matérias-primas.
Comparação com o Brasil
Ao comparar os indicadores do Rio Grande do Norte com os dados nacionais divulgados pela CNI, observa-se uma diferença significativa no desempenho das indústrias potiguares. No Brasil, as expectativas para os próximos meses são mais positivas, com previsões de crescimento no número de empregados, nas compras de matérias-primas e nas exportações. Já no RN, a tendência de cautela se mantém, com a indústria local mais pessimista quanto ao futuro próximo.
O quadro descrito pela Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte indica que, apesar dos desafios enfrentados, a indústria potiguar busca alternativas de adaptação. No entanto, a incerteza econômica e os desafios internos continuam a impactar negativamente as perspectivas do setor para 2025.
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