O Rio Grande do Norte está em estado de alerta devido ao aumento significativo de casos de arboviroses, como dengue, chikungunya e zika. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), as primeiras semanas de janeiro já registraram 432 casos prováveis de dengue, configurando um aumento de 180% em relação ao mesmo período de 2023. Para conter a situação, o estado antecipou, nesta quinta-feira (16), a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (CES), ação inédita no Brasil este ano.
De acordo com Diana Rêgo, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, três fatores principais motivaram a decisão. Além do aumento expressivo nos casos de 2024, o RN é o terceiro estado do Nordeste em incidência da doença. Outro fator preocupante é a possível circulação do sorotipo 3 da dengue (DENV-3), que desde 2008 não predominava no Brasil. Esse sorotipo pode desencadear casos mais graves, especialmente em indivíduos que já tiveram contato com outros sorotipos.
“Se o DENV-3 passar a circular no RN, teremos um número elevado de pessoas com risco de desenvolver formas graves da doença. Isso exige ações rápidas e integradas para prevenir óbitos”, explicou Diana.
O plano emergencial já contempla 30 municípios potiguares em estado de alerta, com medidas como capacitação de gestores, visitas domiciliares e busca ativa de casos. Esses locais foram selecionados com base em critérios como incidência de casos, registros graves, óbitos e fluxo turístico.
Em 2024, o estado já contabiliza dois óbitos por dengue e três por chikungunya. A Sesap reforça que o objetivo do CES é mobilizar secretarias e municípios para frear o avanço das arboviroses, evitando a progressão para uma epidemia no RN.
As autoridades de saúde alertam para a importância da colaboração da população na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor das arboviroses, como forma de evitar a disseminação das doenças.