O senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) é o nome escolhido pelo Partido Liberal para disputar a presidência do Senado em 2023. O parlamentar terá a missão de representar a maioria conservadora no Congresso, eleita com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Pautar eventuais pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é uma das bandeiras que devem movimentar a disputa pelo Senado. E Marinho tem as qualidades necessárias para lidar com os avanços da Suprema Corte, segundo o PL.
A informação foi confirmada pelo senador eleito Jorge Seif (PL-SC) nesta segunda-feira, 28, em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, exibido diariamente no canal do YouTube da Revista Oeste. “Dentro do partido, temos praticamente uma unanimidade”, disse o ex-secretário da Aquicultura, Pecuária e Abastecimento, ao explicar que a decisão deve ser sacramentada em breve. “É uma pessoa pública de respeito, liderou a reforma da Previdência e venceu as eleições em um Estado que é extremamente de esquerda.”
Ex-secretário especial da Previdência de 2019 a 2020 e ministro do Desenvolvimento Regional entre 2020 e 2022, Marinho foi um dos principais responsáveis pela aprovação da reforma trabalhista, em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB). Na época, o avanço da reforma surpreendeu até mesmo os governistas. Ele também teve papel fundamental na aprovação da reforma da Previdência, em 2019. “O texto não seria aprovado se não fosse Marinho”, reconheceu o ministro da Economia, Paulo Guedes, em coletiva de imprensa realizada naquele ano.
Ministros na mira da lei
A insatisfação com os ministros do Supremo é comum aos senadores que assumirão o mandato na nova legislatura. Cleitinho Azevedo (PSC-MG), escolhido por 4,2 milhões de mineiros nas eleições deste ano, é um dos insatisfeitos. Em entrevista à Revista Oeste, ele disse que pretende trabalhar pelo impeachment dos magistrados que praticarem ilegalidades.
“Muitos senadores eleitos concorreram ao Senado para tentar pautar o impeachment de ministros do STF”, observou Cleitinho. “Uma CPI da Lava Toga também seria interessante. Estamos ouvindo o clamor popular. Se os senadores perderem a oportunidade de assinar o impeachment de ministros do Supremo, a população irá se frustrar. Todos ficarão decepcionados.”
O parlamentar diz que o avanço de eventual CPI dependerá da escolha do presidente do Senado. “Ele é o responsável por dar sequência ao processo de impeachment”, explicou, ao afirmar que não tentará ocupar cargo. “Não teria votos. Precisamos ter humildade. A única coisa que pedirei aos colegas é: se tiverem a oportunidade, pautem o impeachment de ministros do Supremo. Se quiserem meu apoio e meu voto, terão de se comprometer com essa ideia. Não podemos aceitar ‘engavetamento’ de pedidos de impeachment. Isso é covardia.”
Revista Oeste