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Trump anuncia novas tarifas sobre o aço e alumínio e Brasil pode ser impactado

Medida protecionista do presidente americano pode impactar exportações brasileiras

Roberto Schmidt/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (9) que anunciará nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A medida representa uma nova escalada na política comercial protecionista do republicano e pode ter impacto significativo no Brasil, um dos principais fornecedores desses materiais para o mercado americano.

Brasil entre os maiores fornecedores

O Brasil está entre os principais exportadores de aço para os Estados Unidos, especialmente no segmento de produtos semi-acabados. Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, o país foi o segundo maior fornecedor do material, com 4 milhões de toneladas exportadas, correspondendo a 16,4% do total importado pelos EUA. Em termos financeiros, o Brasil recebeu US$ 2,9 bilhões das exportações, ficando atrás do México (US$ 3,2 bilhões) e do Canadá (US$ 6,64 bilhões).

Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump também implementou tarifas de 25% sobre o aço importado. Dois anos depois, seu governo reduziu a cota de importação de aço semi-acabado brasileiro. Em 2022, sob a administração de Joe Biden, essas restrições foram revogadas, permitindo a retomada de exportações em maiores volumes.

A nova decisão de Trump ocorre em um momento em que a indústria siderúrgica americana enfrenta uma subutilização de suas usinas e um acirramento das tensões comerciais globais.

Impactos e reação brasileira

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o Itamaraty, o Palácio do Planalto e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) ainda não se manifestaram oficialmente sobre a medida. O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas nacionais, declarou que aguardará o pronunciamento oficial da segunda-feira para se posicionar.

Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior e especialista na área, destacou que o impacto da medida pode ser significativo para o Brasil. “O Brasil já enfrentou tarifas sobre o alumínio e restrições na cota de aço, o que prejudicou as exportações. Com essa nova tarifa de 25%, o mercado americano se torna ainda mais difícil para os exportadores brasileiros”, avaliou.

A decisão de Trump também ocorre após sua promessa de bloquear a compra da siderúrgica US Steel pela japonesa Nippon Steel, seguindo uma ação similar do atual presidente Joe Biden. No entanto, Trump indicou que aceitaria um grande investimento da empresa japonesa, desde que não representasse uma participação majoritária.

Possíveis efeitos econômicos

O aumento das tarifas sobre o aço e o alumínio também levanta preocupações sobre a inflação nos Estados Unidos. Especialistas indicam que essas políticas protecionistas podem elevar os custos de produção para diversas indústrias, resultando em preços mais altos para os consumidores.

Em uma coletiva de imprensa a bordo do Air Force One, Trump também afirmou que anunciará, entre terça e quarta-feira, tarifas recíprocas para países que aplicam taxas sobre produtos americanos. “Essas tarifas entrarão em vigor quase imediatamente”, declarou o presidente.

O Brasil acompanha de perto as decisões da Casa Branca, pois os Estados Unidos foram o destino de 54,1% das exportações de produtos siderúrgicos brasileiros em 2024. As exportações totais do setor alcançaram 9,6 milhões de toneladas no ano passado, somando US$ 7,7 bilhões, com queda de 18,1% em volume e 21,9% em valores na comparação com 2023.

Próximos passos

O Itamaraty aguarda o anúncio formal das tarifas nesta segunda-feira para avaliar os impactos concretos e definir possíveis estratégias de negociação com o governo americano. Enquanto isso, o setor industrial brasileiro se prepara para um cenário desafiador no comércio exterior, especialmente na relação com seu segundo maior parceiro econômico.

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Postado por Eryx Moraes

Eryx Moraes é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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