Hoje pretendo escrever sobre a hipótese cada vez mais plausível de que tenhamos no Brasil uma situação de não reconhecimento do resultado das eleições de outubro. Para falar de outra forma, sobre a possibilidade de termos um golpe de Estado no nosso País baseado na não aceitação do resultado oficial do pleito. Verdade isso e tenho elementos para acreditar que está ficando cada vez mais grave, há uma série de acontecimentos se sucedendo uns aos outros, apontando para o risco que estamos correndo de vermos em outubro próximo, ou antes disso, o Brasil convulsionado pelo não reconhecimento das eleições ou de seus resultados.
VÁRIOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS SE MANIFESTARAM
Não foi sem razão que o New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, ter publicado ontem uma reportagem especial alertando para a grave probabilidade de termos um golpe de Estado no Brasil devido o resultado eleitoral. Segundo o jornal, com o aval das forças armadas. Não é sem motivo que a ONU emitiu ontem um alerta de que as eleições livres no Brasil estão sob risco e que a democracia no País está ameaçada. Não foi à toa que o presidente americano, Joe Biden, no seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro direcionou o tema para as eleições do Brasil, falando na confiança americana que as eleições serão respeitadas. Biden recebeu informações da inteligência americana que as eleições no Brasil estão seriamente ameaçadas.
O GOLPE COM ANUÊNCIA DAS FORÇAS ARMADAS
O que mais me preocupa no momento, não são apenas os alertas vindos do exterior, mostrando o que está prestes a ocorrer no Brasil. O que é notório nesse momento é que não apenas o presidente Jair Bolsonaro ganhou robustez ao falar contra o sistema eleitoral brasileiro, isso ele já vinha fazendo isso faz tempo, mas agora diversas vozes dentro das forças armadas passaram usar o mesmo discurso sobre as dúvidas que existem na capacidade de o sistema eletrônico contar corretamente os votos. As mesmas forças armadas que assistiram todas as eleições anteriores e nunca questionaram nosso sistema eleitoral e que, de repente, descobriram que as urnas não são mais confiáveis.
DO JEITO QUE ESTÁ BOLSONARO NÃO ACEITA
Ora, Bolsonaro diz que não aceitará as eleições se o voto não puder ser auditado por ele e seu pessoal. O que Bolsonaro está dizendo com todas as letras é que a eleição do jeito que está planejada pelo TSE, ele não aceita. Considerando que o TSE não vai mudar para atender o presidente e nem vai delegar a Bolsonaro a tarefa de dirigir o processo eleitoral, então não se pode ter mais dúvidas sobre o que estar por vir. Até ontem, se poderia achar que Bolsonaro estava apenas jogando palavras ao vento, agora com o aparente apoio que as forças armadas parecem dar a este discurso contra as urnas, não há porque duvidar que o presidente avance cada vez mais no seu objetivo.
O DISCURSO NÃO TEM PÉ E NEM CABEÇA
As pesquisas já mostraram que a maioria dos brasileiros não embarca nessa versão de que as eleições possam ser fraudadas. O bom senso da população mostra que esta narrativa não se assenta em razões certas e nem na lógica. Esse é o mesmo sistema eleitoral que elegeu Bolsonaro. Hoje, sem apresentar nenhuma prova, Bolsonaro quer fazer crer que ganhou em 2018 no primeiro turno. Ora, porque teria sido fraudada no primeiro turno e no segundo turno não, já que ele foi eleito? Bolsonaro já tem resposta para isso, porque quem contratou a fraude no ´primeiro turno não pagou a fatura e no segundo turno os fraudadores desistiram. Uma loucura isso, uma loucura atrás da outra.
ELE QUER SER O JUIZ DA ELEIÇÃO
Agora, Bolsonaro criou a novidade de exigir que as forças armadas tenham acesso para fazer uma contagem paralela. Ou seja, nosso presidente quer que a eleição seja subordinada a ele próprio. Ele que se diz o chefe supremo das forças armadas, logo, se o TSE se tornar subordinado as forças armadas, por consequência, o TSE ficará subordinado ao próprio presidente. Por essa lógica engenhosa de Bolsonaro, então ele será o juiz supremo da eleição em que ele próprio é candidato.
DENÚNCIA SEM NENHUMA PROVA
O que estou pretendendo com esse texto é abrir os olhos de quem não consegue ver a realidade iminente. Estamos diante de uma grande possibilidade de golpe nas eleições brasileiras. É bem verdade que dezenas de denúncias já surgiram sobre as urnas eletrônicas, mas nenhuma delas se provou. Até mesmo o próprio presidente Bolsonaro, que no ano passado dizia que tinha provas das fraudes, fez anúncio que ia apresentar as provas, não conseguiu reunir prova nenhuma. Por precaução, hoje quando fala sobre as supostas fraudes já diz de antemão que não tem provas, mas que houve fraude, houve, diz ele.
E TEM QUE ACREDITE NELE
Impressionante é que tem gente acreditando nessa baboseira toda. Não apenas aquele bolsonarista mais raiz, que compra tudo que Bolsonaro vende, mas aquele eleitor mais desinformado, que escuta e passa a acreditar na notícia. O que me deixou preocupado foi esse oficio das forças armadas ao TSE praticamente comprando e assumindo o discurso bolsonarista que as urnas não são confiáveis. Estamos diante de uma ameaça real. E isso é muito grave.
É HORA DE FICAR ALERTA
É urgente que as instituições brasileiras, as forças vivas da sociedade, vejam o que está se desenhando para um futuro breve. O Brasil corre risco de entrar em convulsão por conta do resultado eleitoral. A democracia corre risco. As urnas eletrônicas são o motivo “inventado” de momento para justificar a possibilidade de ataque a nossa democracia. O pior é que já faz algum tempo que estamos vendo os prenúncios dessa realidade iminente, mas estamos fazendo vistas grossas, olhando de lado, fazendo como se ninguém estivesse enxergando, isso é o que é mais grave. De concessão em concessão, de faz de conta e faz de conta, de não enxergar o óbvio, eis que um dia vamos nos deparar com o golpe instalado e o pais conflagrado. Quem quiser, sente-se e assista.