O Rio Grande do Norte registrou, em 2023, que 497,76 mil crianças e adolescentes, correspondendo a 59,4% da população de 0 a 17 anos, enfrentavam alguma privacão de direitos fundamentais. Os dados são do Relatório de Pobreza Multidimensional Infantil do Unicef, que também apontou que 21,7% (181,8 mil) deste grupo enfrentavam privações extremas. Esses índices colocam o estado acima da média nacional, que foi de 55,9%, evidenciando os desafios enfrentados pelas regiões Norte e Nordeste, as mais impactadas pela pobreza infantil no Brasil.
Apesar dos desafios, o relatório destacou que o Rio Grande do Norte foi o segundo estado nordestino que mais reduziu o índice de privação infantil entre 2017 e 2023, saindo de 87,3% para 81,2%. Esse avanço foi comparado ao do Ceará, que passou de 79,7% para 71,2%. A análise foi realizada com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), considerando sete dimensões fundamentais: renda, educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil.
Cenário nacional e regional
No contexto nacional, o Rio Grande do Norte segue a tendência das regiões Norte e Nordeste, que concentram os maiores índices de privação infantil. O estado é o terceiro nordestino com mais privações, ficando atrás do Maranhão (50,9%) e Piauí (62,5%). Os índices do RN são semelhantes aos da Paraíba (44,1%) e Pernambuco (37,2%), refletindo desigualdades persistentes em relação a outras regiões do país.
Estados mais desenvolvidos, como São Paulo, apresentaram percentuais bem inferiores, com apenas 20,1% das crianças enfrentando alguma privacão. No Sul, o Paraná destacou-se com o menor índice, de 35,7%.
Aspectos críticos no RN
Entre as dimensões analisadas, o saneamento foi o indicador mais alarmante no Rio Grande do Norte, com 64,5% das crianças vivendo em residências com algum nível de privacão. A renda também foi um aspecto preocupante, com 16,7% de privacão intermediária e 13% de privacão extrema. Esses índices são superiores à média