A Black Friday, realizada neste ano na sexta-feira 25, teve um recuo de 28% nas vendas on-line, com redução em número de pedidos e no valor gasto por compra. Segundo levantamento da Confi Neotrust, empresa de dados com foco no digital, na data principal do evento, o varejo digital vendeu R$ 3,1 bilhões. O valor equivale a R$ 1,2 bilhão a menos em vendas do que o ano anterior.
Segundo o levantamento, o risco de um início de 2023 com grau de incerteza política e sem melhora na renda no curto prazo, após a troca de governo, pode ter levado o consumidor a segurar os gastos neste ano.
Outro ponto que pode ter influenciado negativamente a data foi a antecipação nas vendas por parte do varejo em outubro e novembro, que pode ter tirado algum fôlego da Black Friday na sexta-feira.
É a primeira vez, em 12 anos de evento, em que há uma retração nas vendas. Todas as regiões do país tiveram queda. Consultores e entidades estimavam alta nominal de 3% a 9%.
Em relação ao total de pedidos, houve diminuição pelo segundo ano seguido — na sexta-feira, a queda foi de 23%, ante a diminuição de 0,5% um ano atrás. O gasto por compra médio foi de R$ 733, redução de 6%. No levantamento, foram consideradas as transações realizadas apenas na data do evento (25 de novembro), da meia-noite até 23h59.
Entre os aspectos positivos da data promocional está o aumento da fatia da modalidade de pagamento Pix nas vendas, superando o uso do boleto pela primeira vez. O Pix eleva a soma de recursos diretamente no caixa, melhorando até mesmo a gestão de estoques. Cartão de crédito respondeu por 54% das operações, seguido conta digital, cashback, débito (16%), Pix (15%) e boleto (13%).
A partir desta semana as estratégias comerciais se voltam para os próximos 20 dias, para tentar retomar crescimento e buscar melhores margens nas ações de Natal.
Revista Oeste