Acho extremamente deselegante o tratamento usado pelo ex-presidente Lula para se referir ao ex-ministro Rogério Marinho. Ele tem todo direito de criticar Rogério no tema da transposição do São Francisco, para rebater a tentativa de esconder o papel do governo anterior na obra. Isso é legítimo, mas partir para o uso de uma linguagem desagradável, não é recomendável. Lula se referiu a Rogério como “O desgraçado”. Essa falta de civilidade só acontece porque estamos nos acostumando com os comportamentos desequilibrados na política. Ganha pontos quem zomba mais, quem lacra mais em cima do adversário.
LINGUAGEM CHULA POR TODO LADO
Igualmente condeno o linguajar do presidente Bolsonaro sobre Lula com adjetivos como “nove dedos” ou “ex-presidiário”, numa tentativa de criar uma ironia com a afirmação, mas nada mais é do que encobrir a falta de argumentos. Tanto Lula em relação a Rogério Marinho, quanto Bolsonaro em relação a Lula, mostram com essa linguagem mais chula, uma incapacidade de dialogar com nível mais elevado ou ainda uma tentativa de agradar uma plateia de radicais. Se comportam como animadores de torcida, longe de serem estadistas, ponderados e racionais.
UM NAMORO QUE NÃO DÁ LIGA
Cada vez mais parece se confirmar minha teoria anterior, já exposta aqui na coluna, de que a aliança de Fátima Bezerra com Carlos Eduardo Alves, é um ponto fora da curva. Uma aliança sem nenhum elo de entrosamento. Num dia Carlos Eduardo anuncia que está firme com Ciro Gomes, no dia seguinte tá tirando foto com Lula. A identidade do pedetista nesta aliança com o PT parece uma cópia mal feita de uma fotografia posada. Não tem empatia. Não tem liga. Em alguns momentos a presença de Carlos Eduardo no palanque de Fátima soa como um estranho no ninho, um caroço no angu. Difícil empolgar a torcida.
IR OU NÃO IR AO PALANQUE DE BOLSONARO
Antes da visita de Bolsonaro ao RN, alguns comentaristas políticos discutiam se o pré-candidato ao Governo pelo Solidariedade, Fábio Dantas, iria fazer parte do palanque bolsonaristas. Ao final das contas, Fábio não apareceu. Não deve ter sido uma decisão fácil. É a tal coisa do ônus e bônus. Se o bônus seria construir uma via de acesso ao voto bolsonaristas no RN, o ônus maior seria fechar a via para o voto lulista. E além disso ainda havia o problema do Solidariedade fazer parte da aliança nacional em prol da candidatura de Lula a ´presidência.
O MOTIVO PELA ESCOLHA DE NÃO IR
Após pesar bem na balança com os devidos pesos, Fábio Dantas concluiu que a melhor alternativa era não comparecer. A tese vencedora nas discussões internas do partido foi pelo não comparecimento. Deixando de comparecer, Fábio não comprometeria sua identidade com o voto de Bolsonaro que já tende a apoiá-lo, visto que do outro lado está o palanque petista. E também não bateria de frente com o voto Lulista, ainda confiando na identidade do Solidariedade na chapa com o PT. Segundo os assessores mais próximos de Fábio Dantas, a decisão de não subir no palanque de Bolsonaro foi a mais adequada na contenção de prejuízos.
STYVENSON É UM CASO ESTRANHO
O senador Styvenson Valentim (Podemos) é um caso que merece ser estudado na política brasileira. Faltando um mês para as convenções, ele classificou como apressada e ansiosa a decisão do diretório estadual do Partido de fixar um prazo até amanhã (19/06) para que ele decida se será candidato ou não ao Governo do Estado. Styvenson disse que até que poderia tomar uma decisão logo, mas somente porque o partido entendeu de dar um ultimato a ele fixando o dia 19 como limite, aí sim, é que ele não decidia mais. “Eu posso até decidir, mas com esse ultimato, não decido mesmo”, disse ele.
O PARTIDO DE MÃOS ATADAS
O estranho nessa atitude de Styvenson é que todas as pré-candidaturas do Podemos no RN estão sem rumo, a ver navios. Sem noção sobre como negociarão apoios para o Governo, o Senado e até sobre nominata federal e estadual. Está todo mundo de mãos atadas esperando pela boa vontade de Styvenson. E ele sem pressa nenhuma, dizendo que ainda tá cedo. E para completar seu desdém com a ansiedade dos colegas de partido, o senador concluiu dizendo que nem de partido ele gosta, como a dizer que está se lixando para as necessidades partidárias da sua sigla. É ou não é um caso digno de estudo?
A HORA CERTA DE ALLYSON
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, deve voltar-se para os assuntos eleitorais somente no início de julho. O prefeito tem conversado com Lawrence Amorim e Jadson, os pré-candidatos a federal e estadual, que terão seu apoio, sobre o início da agenda política a partir de julho. Tão logo termine o Mossoró Cidade Junina, Allyson deve começar a nova empreitada e os novos objetivos. O prefeito tem dito em todas as entrevistas que sua principal meta é fazer os seus candidatos os mais votados em Mossoró. Para isso deve ir às ruas cumprindo intensa agenda igualmente fez na sua própria campanha em 2020.