Hoje, dia 16, começa oficialmente a campanha eleitoral de 2022. Até o dia 2 de outubro, os candidatos estarão nas ruas buscando convencer o eleitor na busca pelo voto. A partir de agora fica liberado o pedido de voto, os atos de campanha, a propaganda dos candidatos. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão começa somente daqui a 10 dias apenas. Serão 45 dias de campanha nos Estados onde a disputa terminar no primeiro turno. Vou tentar fazer agora uma abordagem sobre em que estágio começa a campanha, seja em nível nacional, seja estadual.
FÁTIMA COMEÇA COM O TETO BAIXO
Aqui no Rio Grande do Norte a campanha começa com a governadora Fátima Bezerra liderando as pesquisas praticamente no mesmo ponto em que estava quando deixou claro aos eleitores, no final do ano passado, seu projeto de reeleição. Desde então, Fátima permanece na casa dos 30 pontos baixos, tendo pequeno viés de crescimento, mas sem abrir uma dianteira confortável. Penso que o eleitor já tem muitas informações para julgar Fátima e sua gestão e dessa forma, pouco do que se diga dela, de bem ou de mal, durante a campanha vai alterar esse julgamento. Penso ainda que Fátima pode crescer apenas na faixa do eleitorado que desejaria ter uma opção melhor para o Governo, porém, se não aparecer, ele não vê problemas em votar em Fátima novamente.
STYVENSON É INCERTEZA, FÁBIO ESTÁ ANULADO
Com relação à oposição contra Fátima Bezerra no RN, a incógnita será apenas sobre o teto de Styvenson Valentim. Ele ainda é uma incerteza, seja do ponto de vista das pesquisas, seja do ponto de vista do potencial de crescimento. Fazendo uma campanha totalmente fora dos padrões, se recusando a usar inclusive o tempo de TV, Valentim quer ser o diferentão da campanha e não se sabe se isso vingará junto ao eleitor. Por sua vez, Fábio Dantas começa a campanha praticamente anulado. Sem despontar nas pesquisas, sem empolgar o eleitor e sem uma estrutura, ele tem somente poucas semanas para se tornar competitivo, sob pena de ficar sozinho no barco.
ROGÉRIO E CARLOS NÃO EMPOLGAM
Na disputa pelo Senado, o que chama a atenção é que pelo menos dois terços do eleitorado ainda não se definiu sobre o voto ao senador. Rogério Marinho e Carlos Eduardo Alves, por terem começado cedo e mais fortes, demonstram serem nomes pesados que não encantam o eleitor. Mesmo com tanto tempo de pré-campanha ainda estão patinando entre os 10 e 20 pontos, muito pouco para quem deveria estar bem mais à frente. Rogério montou uma estrutura bem melhor que Carlos Eduardo, conta mais de uma centena de prefeitos, enquanto que Carlos patina sem palanque na maioria dos municípios. Mesmo assim, se registre que não são nomes populares, nem com carisma e deverão trabalhar dobrado na campanha, se querem convencer o eleitor a alguma coisa.
RAFAEL PODE SER TUDO OU NADA
Por sua vez, Rafael Motta surge como nome novo ao Senado com melhor potencial entre os três, porém, carece de estrutura e tempo de propaganda. Rafael pode se aproveitar do perfil pesado e cansado de Rogério e Carlos Eduardo, em contraste com seu perfil mais jovem e progressista. No entanto, precisa de um bom marketing para se vender ao eleitor como melhor opção. O certo é que a candidatura de Rafael, num primeiro plano, beneficia Rogério porque vai partilhar da mesma fatia do bolo destinada a Carlos Eduardo, ou seja, os votos progressistas das esquerdas. Nesse sentido, tira de Carlos Eduardo um bom punhado de votos e favorece Rogério que come sozinho na fatia do voto conservador e bolsonarista.
CENÁRIO NACIONAL SÓ CABEM DOIS
Olhando agora para o cenário nacional, a campanha permanece onde sempre esteve desde meados do ano passado. Polarizada entre Lula e Bolsonaro, com a terceira via completamente inviabilizada. Desta forma, não se tem mais nenhuma dúvida que a disputa entre os dois vai centralizar todo o processo da campanha. Bolsonaro vai centrar artilharia na ressurreição do voto antipetista e no voto religioso. Vai tentar pintar o Lula como a reencarnação do mal e para isso aposta forte na força das suas redes sociais.
ESTRATÉGIAS VIA REDES SOCIAIS
Por sua vez, Lula vai concentrar seu marketing nas contradições do que Bolsonaro prometeu ao eleitor na campanha de 2018 e naquilo que ele não entregou. Principalmente a promessa do fim da política do toma lá dá cá e a entrega hoje do Governo ao Centrão. Outra aposta do PT é realçar o fracasso administrativo de Bolsonaro, mostrando a volta da inflação e da fome como nos grandes vilões do bolsonarismo. O que assistiremos vai ser uma distribuição em massa de vídeos pelas redes sociais com esses temas que evidenciamos. As estratégias serão de ataques constantes, com alto uso de fake news. Vamos aguardar e conferir.