O nome do potiguar Rogério Marinho (PL) ganhou força dentro do Palácio do Planalto para disputar a presidência do Senado Federal. Segundo a imprensa que cobre a pauta de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem articulado pessoalmente junto com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas) em nome do senador eleito e ex-ministro do Desenvolvimento Regional.
A possível candidatura de Marinho ganhou força no fim de semana. Os jornalistas Pedro Teixeira e Larissa Rodrigues, do canal de notícias CNN Brasil, revelam detalhes dos bastidores do processo. Segundo eles, a ideia é que o PP reforce o nome de Rogério no Senado e, em contrapartida, o PL de Bolsonaro apoiaria a reeleição do progressista Arthur Lira para a presidência da Câmara dos Deputados. O acordo foi debatido entre o presidente da República e Lira em conversas no Palácio do Alvorada na semana passada.
Rogério Marinho, por sua vez, tem evitado declarações em público porque sabe que enfrenta resistências entre senadores e deputados dentro do próprio PL. Os parlamentares respeitam a opção do presidente Bolsonaro, mas defendem que é importante dar espaço a outros senadores do partido que estão no Congresso Nacional há mais tempo. Além disso, observam que Marinho ainda tomará posse em fevereiro do ano que vem e já teria de chegar fazendo sua campanha.
Ainda dentro do PL, Rogério Marinho enfrenta o desejo de Carlos Portinho, atual líder do governo no Senado Federal, de concorrer à Presidência da Casa. No entanto, nesse momento, a análise da Executiva do partido é de que o senador eleito do Rio Grande do Norte seria um nome mais forte para bater o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD).
O PL terá a maior bancada do Senado Federal a partir de 2023, o que, teoricamente, facilitaria o projeto de ganhar a presidência da Casa. Essa possibilidade fica ainda mais forte com a ajuda do Progressistas, que precisa do apoio da bancada do PL na Câmara, que terá 99 parlamentares a partir do próximo ano, para reeleger Arthur Lira.
Já o PSD, partido de Rodrigo Pacheco, terá 11 senadores e será a segunda maior bancada. Nos bastidores, o que se ouve é que o presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá apoiar Pacheco, assim como o MDB – terceira maior bancada, tornando a disputa entre os senadores acirrada.
Vitória nas urnas mostra força de Rogério Marinho
Rogério Marinho comandou um dos maiores orçamentos do governo Bolsonaro, destinado, principalmente às obras e ações do Ministério do Desenvolvimento Econômico no Nordeste. Foi Marinho que comandou a pasta no período que o governo federal mais realizou nas áreas hídrica e de infraestrutura.
Um dos destaques foi a conclusão das obras de transposição do rio São Francisco, contemplando estados como o Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. O presidente Bolsonaro em todos os seus discursos cita o nome de Marinho como um dos seus principais auxiliares.
O prestígio no Palácio do Planalto rendeu visibilidade e votos para Rogério Marinho. Ele conquistou o mandato de senador da República com apoio de mais de 120 dos 167 prefeitos do Rio Grande do Norte, dentro eles, os gestores dos três maiores colégios eleitorais: Natal, Mossoró e Parnamirim.
A vitória nas urnas foi ainda maior porque Marinho derrotou dois candidatos que usaram a imagem do presidente Lula durante a campanha. Um deles, ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), foi candidato na coligação da governadora Fátima Bezerra (PT), que foi reeleita já no primeiro turno.
Rogério Marinho obteve 708.351 votos, ou 41,85% dos votos válidos, superando Carlos Eduardo, com 565.235 votos (33,40%). O outro candidato de esquerda, deputado federal Rafael Motta (PSB), ficou em terceiro lugar com 385.275 votos (22,76%).
Por César Santos – Jornal de Fato