Marcos César, de 54 anos, não consegue conter a emoção ao comprar um novo caminhão com o dinheiro que arrecadou de vaquinha online. Ele comoveu a internet ao ser fotografado assistindo com “muita tristeza” o seu caminhão caçamba, única fonte de renda, ser incendiado por criminosos em Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte.
O caminhoneiro não sabia dos ataques no Estado, nem imaginava que algo desta magnitude fosse acontecer com ele. “Eu fiquei sem nada e o povo me ajudou. Eu sou muito grato. Se eu pudesse, daria um abraço em cada um que me ajudou”, desabafou.
Marcos César recorda que aguardava para carregar o caminhão, veículo que utilizava para descartar lixo, quando homem armado se aproximou e ordenou que ele corresse. O ataque criminoso aconteceu por volta das 8h, nas proximidades da Avenida Lauro Monte, no bairro Santo Antônio. O prejuízo foi de mais de R$ 200 mil.
O motorista contou à Tribuna do Norte que testemunhas disseram ter notado a participação de quatro homens na ação. Um deles, segundo o relato, foi até a boleia do veículo, jogou gasolina e incendiou o caminhão. “A cabine, o motor, a caixa de marcha. Tudo foi queimado”, lamentou.
De acordo com ele, “quando eu vi o carro pegando fogo, senti tanta tristeza. Lutei muito para comprá-lo e em um minuto, vem alguém e coloca fogo em tudo”.
Bastante otimista com o futuro, Marcos César conta que com a ajuda de “familiares e amigos” conseguiu recuperar o prejuízo. Ele recebeu diversas doações por meio uma vaquinha online. As arrecadações somaram cerca de R$ 196 mil reais. As doações foram encerradas no último dia 16 de abril.
A onda de ataques criminosos orquestrados no Estado, atribuídos a uma facção local, iniciou no dia 14 de março passado. Foram queimados ônibus, carros, caminhões, prédios públicos e privados, além de postos de combustíveis, depósito de remédios, residências e bases da Polícia Militar.
Os bandidos também realizaram assaltos e mataram um policial penal que não estava em serviço, um motorista de aplicativo e o dono de um mercadinho nesse período. Ainda investiga-se se estes homicídios têm relação com os ataques orquestrados.
Tribuna do Norte