Lula se sentiu traído por Marina Silva após a publicação da decisão do Ibama que negou o licenciamento ambiental para a perfuração de poço de petróleo pela Petrobras na foz do Amazonas. A informação é da Folha de S. Paulo, que cita interlocutores do Planalto na reportagem.
Segundo a reportagem, o petista esperava que a ministra do Meio Ambiente o avisasse previamente sobre a decisão. A ideia do petista era buscar uma saída política junto ao Ministério de Minas e Energia, que entrou em rota de colisão com o Ibama. Porém, Marina insistiu que a decisão do órgão seria técnica e não estaria sujeita a ingerência política. Com isso, a decisão foi publicada em 17 de maio, quando Lula estava no Japão, onde ocorreu o mais recente encontro do G7.
Com isso, os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, tiveram de aguardar o presidente para tentar reverter a decisão. A situação contribui para a fritura de Marina no governo. Como mostramos, com aval de Lula, a ministra deve ter sua pasta esvaziada por causa do avanço da MP da Esplanada no Congresso.
“Segundo fontes do governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve mediar um acordo entre o MME, o MMA (Ministério do Meio Ambiente) e o Ibama, que deve ser assinado por Lula”, diz a Folha de S. Paulo. A reportagem também afirma que a Petrobras deve apresentar ainda nesta semana um recurso ao Ibama, mas destaca que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, deve manter uma postura neutra na briga política.
Integrantes do Ministério do Meio Ambiente avaliam que há pouco espaço de negociação para a pasta num possível acordo, considerando o alinhamento entre o MME e a Casa Civil.
O Antagonista