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Desvelando a falta de consciência, personalidade e resiliência: O retrato dos pseudos-líderes na política interiorana brasileira

Apenas mais uma reflexão pessoal.

Apenas mais uma reflexão pessoal. - Foto: Reprodução:

Adepto da corrente filosófica influenciada por Sócrates, contestador nato e incansável na busca por conhecimento, especialmente no campo da fascinante Ciência Política, constantemente observo, analiso e faço minhas reflexões sobre as situações pitorescas da cena política que se desenrolam diante dos meus olhos no dia a dia do Sertão nordestino. Infelizmente, a maioria dessas situações é dominada pela politicagem, ignorância e alienação. E o que me deixa mais perplexo, salvo exceções, é a falta de consciência, personalidade e resiliência dos pseudos-líderes, especialmente ditos de “oposição” a determinados grupos, partidos políticos e determinadas formas de administrar a coisa pública. É que eles pregam mudança, prometem que farão a diferença, mas, no entanto, suas práticas são as mesmas dos que eles tanto criticam e acusam. Agindo dessa forma, em pouco tempo acabam fraquejando, se rendem e também passam a ser arrastados pela cena política em vez de conduzi-la. E assim, vão perpetuando privilégios para minorias e atraso para o coletivo sem ao menos compreenderem de fato a importância social dos mandatos eletivos que ocupam ou buscam ocupar.

É lamentável testemunhar o poder político, fundamental para o bom andamento da sociedade, desperdiçado ou subaproveitado nas mãos de líderes fracos e desqualificados, que estão mais interessados nas benesses do poder para si mesmos e para os seus, do que em promover o avanço político e social onde nasceram e cresceram em meio ao atraso e à miséria. Quando lhes são dadas preciosas oportunidades, aproveitam da ignorância e da miséria daqueles a quem deveriam servir, traindo assim, muitos deles, suas próprias origens e essências. Não entendem a importância de um bom legado a ser deixado como exemplo para seus descendentes e posterioridade em geral, ou entendem, mas simplesmente se esquivam, da forma mais covarde, do dever de trabalhar em prol do coletivo e do sonho de construirmos uma sociedade melhor, inclusive para a nossa própria descendência.

Em muitos municípios do Rio Grande do Norte, por exemplo, tenho observado esse comportamento medíocre ser repetido após cada nova eleição, por supostos “idealistas” que se apresentam como portadores de grandes projetos de gestão pública, mas tão logo chegam ao poder, se mostram mais do mesmo. Até mesmo atuando em oposição a quem ora ocupa o poder, muitos acabam beneficiando seus próprios adversários com desunião entre si, fruto do egocentrismo e da falta de compromisso de tais pseudos-líderes com os ideais coletivos.

No jogo pelo poder, passam-se anos e mais anos, mudam-se os personagens de geração para geração em suas descendências, mas o roteiro é sempre o mesmo, no qual muitos daqueles que antes trocavam críticas e acusações, se juntam na eleição seguinte, por mera questão de interesses pessoais convergentes, inclusive sobrevivência política, ainda que tenham eles que passar pelo constrangimento de ter que tentar explicar para os eleitores mais conscientes e críticos acusações que em outrora trocaram entre eles. Na verdade, alguns já são tão veteranos nesse jogo sujo, no que a política brasileira tem de pior, que totalmente despidos de vergonha, tiram de letra e avançam em prol dos seus interesses pessoais, em detrimento dos anseios da população, a qual assiste passivamente, achando tudo aquilo cada dia mais “normal” na política e, pior que isso, validando tão desprezível conduta, ao elegê-los e reelegê-los quantas vezes eles quiserem. E assim, além de perpetuar atraso e miséria coletiva, esse tipo de comportamento vem ferindo de morte o idealismo e a boa política ao produzir um total descrédito da sociedade em relação ao processo eleitoral como instrumento de transformação social.

Considerando a história política, desde o Renascimento até os dias atuais, vemos que houve avanços, mas também distorções e interpretações equivocadas. A política, como uma atividade que busca alcançar resultados dentro das limitações da realidade, tem sido mal compreendida e mal aplicada. Muitos políticos enganadores usam a frase “a política é a arte do possível” como uma desculpa para seus fracassos e enganações.

É desolador constatar que, apesar de todos os avanços filosóficos e interpretações, pouco tem mudado na realidade política do nosso país ao longo dos séculos. Parece que a afirmação feita por Nelson Rodrigues em meados do século XX está se tornando uma realidade: os idiotas estão tomando conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade. Salvo exceções, numa sociedade que parece cada dia mais alienada, quase já não se ouve a voz do bom senso, quão ensurdecedor é o barulho da algazarra nos ambientes físicos e virtuais já praticamente dominados pela imbecilidade.

Para aqueles que ora ingressam e desejam ter sucesso na política brasileira, faz-se necessário lembrar que é fundamental estabelecer bases sólidas e fundar suas campanhas na consciência coletiva. No jogo político, não necessariamente vence quem já detém consigo o poder. Na verdade, geralmente vence quem se mostra mais eficiente ao lidar com a política como a arte de dividir para conquistar, a exemplo do antigo imperador romano Júlio César, conforme narrado no livro “A Arte da Guerra”. Entretanto, é fundamental aplicar corretamente tal estratégia, dividindo o exército do adversário e não o seu próprio exército, como temos visto muitos fazerem na região.

Quanto à fundamental base sólida para todo projeto politico a ser construído, particularmente devo admitir que, no meu caso, já tentei galgar um espaço na política partidária, mas, infelizmente, sem sucesso devido à falta do conhecimento que só pude reunir posteriormente. Ou seja, “queimei a largada”. E isso aconteceu quando cometi o grave e talvez irreparável erro de permitir que políticos tradicionais inescrupulosos me usassem anos a finco. Pior que isso, passei todo aquele tempo convivendo com falsos amigos, revelando a eles meus desejos e sonhos mais íntimos relacionados à política local, informações preciosas que eram levadas por eles a meus algozes do jogo político, os quais, ao recebê-las, recompensavam os “Judas” com poucas moedas, e ainda assim lhes satisfaziam, baratos que são.

Por isso, a iniciantes do jogo político, deixo uma das lições mais valiosas que aprendi sofrendo na pele: não permitam que os “Judas” se infiltrem no seu time e tenham acesso a detalhes do seu projeto e estratégia. Às vezes, aqueles supostos “amigos” que se mostram mais interessados em saber a respeito do seu projeto do que em ajudar efetivamente, estão apenas buscando junto a você alguma informação com a qual ele possa se fazer minimamente útil junto a seus adversários. Foi assim comigo. As facadas nas minhas costas vieram de pessoas das quais eu não esperava. São tantas histórias que dão um bom livro.

Se eu fui trouxa ou ingênuo pelo que me aconteceu? Talvez as duas coisas. Mas, entendo que, pensamos, falamos e agimos de acordo com aquilo de que o nosso coração está cheio. Como no meu não há malícia excessiva e nem maldade, geralmente acabo julgando as pessoas como eu mentalizo que elas seriam e não como elas são de fato. Mas daí pergunto: qual o sentido da vida na terra para quem não consegue acreditar nem confiar nas pessoas?

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Written by Erinaldo Silva

Erinaldo Silva é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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