Erinaldo Silva
Na quinta-feira, 20 de julho de 2023, o Brasil inteiro entrou no mood ‘Barbie’, a nova onda trazida por um filme americano que invadiu o país, colocando a cor pink no topo das tendências. Entretanto, eu, que não ligo muito para o cinema, só senti curiosidade de saber mais sobre essa nova onda hoje pela manhã, quando vi que em Mossoró-RN algumas das principais influenciadoras digitais entraram no clima e saíram causando por aí com seus belos looks pinks. Juliana Priscila e Dani Ribeiro, com 1,6 milhão e 199 mil seguidores no Instagram, respectivamente, causaram um grande impacto nas redes sociais e nas ruas da cidade. Dani Ribeiro, em sua publicação de fotos no feed do seu perfil na rede social, legendou: “Todas podem ser Barbie”. Aliás, no caso da Dani Ribeiro, poderíamos até dizer que foi apenas mais um dia em que ela vestiu pink, já que quase tudo da simpática blogueira e empreendedora é dessa cor, inclusive sua ótica recém-inaugurada no Centro de Mossoró, a Pink Vision, que já é um tremendo sucesso.
Mood ‘Barbie’
Lendo sobre o assunto, foi então que compreendi o que está em curso: a apresentação de uma superprodução cinematográfica americana que certamente entrará para a história dentro e fora dos EUA, por vários fatores. A meu ver, o principal deles é a extraordinária jogada de marketing da Mattel Inc. por meio do cinema com sua boneca, a Barbie, inspirada numa personagem de tirinhas alemã chamada Bild Lilli, que, por sua vez, era inspirada em uma figura controversa, associada a uma prostituta de luxo (leia mais abaixo). Com 64 anos de fabricação atualmente, a Barbie entrou no Brasil em 1985, desbancando a Susi, outra boneca de origem nacional que fazia grande sucesso entre as meninas do país à época. Sua fabricante, a Estrela, aceitou aposentar por 12 anos o seu próprio produto, a Susi, para ter o direito de comercializar, pelo mesmo período, um produto americano, a Barbie.
Estreia
Depois de um ano de muita expectativa e suspense, o filme ‘Barbie’ estreou ontem no cinema brasileiro com classificação para maiores de 12 anos, a mesma do seu país de origem, por conter “referências e breves linguagens sugestivas”. É isso mesmo que você entendeu: um filme de uma boneca censurado para crianças. Pelo visto, o foco da Barbie agora é entrar com tudo na mente das adolescentes, plantar sua visão de mundo EUA afora ao mesmo tempo, em que a Mattel e a dona Ruth faturem como nunca visto antes. Ninguém dúvida que a corporação está no caminho certo para seu objetivo.
Marketing
Como o ápice de uma extraordinária jogada de marketing da Mattel Inc., a qual já dura mais de um ano dentro e fora dos EUA, inclusive no Brasil, onde ontem não se falava em outro assunto na web que não fosse a boneca da empresária americana Ruth Handler, criada em março de 1959 por sua corporação Mattel Inc., inspirada na Bild Lilli, ou simplesmente Lilli, protagonista de uma tirinha alemã de quadrinhos que circulou nas décadas de 1950 e 1960. Coincidentemente, o público-alvo da Lilli também não era criança, pois Lilli não se tratava de um brinquedo para tal público. Pelo contrário, homens as compravam para “brincar” em festas de despedida de solteiro. Na tirinha, Lilli era uma prostituta de luxo que, para conseguir dinheiro, seduzia homens ricos e mais velhos. Era o “corre” paralelo dela ao trabalho diário como secretária em um escritório. No caso da Barbie, no entanto, após sua criadora vencer uma disputa judicial que durou cerca de três anos, sob a acusação de plágio feita pelo fabricante da Lilli, a boneca americana passou a ser fabricada comercialmente em grande escala para os EUA e outros países mundo afora com o louvável propósito de “incentivar meninas a planejarem um futuro para si por meio da brincadeira”. Agora, a boneca que encantou gerações, mas que já não era tão falada e desejada como antigamente, rouba à cena novamente e leva milhões de pessoas ao cinema nos EUA, Brasil e outros países com seu filme homônimo. O consenso é que a produção estabelecerá o antes e o depois de ‘Barbie’ no tocante ao conceito de publicidade e comunicação corporativa através do cinema.
Sinopse, elenco e direção
No fabuloso live-action da boneca mais famosa do mundo, acompanhamos o dia a dia em Barbieland, o mundo mágico das Barbies, onde todas as versões da boneca vivem em completa harmonia. Porém, uma das bonecas, interpretada por Margot Robbie, começa a perceber que talvez sua vida não seja tão perfeita assim e se questiona sobre o sentido de sua existência. Logo, sua vida no mundo cor-de-rosa começa a mudar e, eventualmente, ela é expulsa de Barbieland e forçada a viver no mundo real.
Ficha Técnica
Lançamento: 2023
Gênero: Aventura
Direção: Greta Gerwig
Roteiro: Greta Gerwig, Noah BaumbachOrçamento: 145 milhões USD.
Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, Emma Mackey, Simu Liu, Dua Lipa, America Ferrera, Kate McKinnon, Issa Rae, Rhea Perlman e Will Ferrell, entre muitos outros nomes conhecidos do público.
Internautas brasileiros dividem opiniões após lançamento de ‘Barbie’
Conforme as avaliações dos internautas no Google até o fechamento desta publicação, a lançamento do aguardado filme ‘Barbie’ ocorrido nesta quinta-feira no Brasil, agradou pelo menso 88% do público que foi ao cinema conferir a mais badalada produção cinematográfica do mundo até o momento deste ano de 2023. Após a estreia, a web foi tomada por uma enxurrada de opiniões entre os internautas brasileiros. A produção, inspirada na icônica boneca, conquistou tanto elogios entusiasmados quanto críticas contundentes, revelando que a película provocou reações divididas entre o público.
Hugo Walker foi um dos espectadores encantados com o filme, classificando-o como “o filme do ano” e elogiando a personagem icônica da Mattel. Ele exaltou a produção e destacou que o longa superou suas expectativas, levando-o a lugares surpreendentes.
Por outro lado, Paulo Rosa expressou seu descontentamento em relação ao filme, chamando-o de “lacração do ano” e afirmando que a temática abordada era esperada e repleta de uma “agendinha woke”. Ele apontou o roteiro como simplista, caracterizando o filme como adequado ao público que busca produções pouco exigentes intelectualmente.
A questão do empoderamento feminino e da crítica social também dividiu opiniões. Maria Letícia Pereira da Silva elogiou o aspecto icônico e engraçado do filme, enaltecendo suas mensagens de duplo sentido, sarcasmo e críticas ao patriarcado. Já Naiara Sthafane, outra espectadora, valorizou a mensagem de empoderamento feminino, enfatizando a importância de enaltecer a mulher em todos os sentidos.
Por outro lado, Roberto Caldas fez uma análise ácida, sugerindo que o filme buscava atingir o público feminino e desvalorizar a ideia de família. A presença do viés feminista no filme também foi criticada por alguns internautas, que consideraram essa abordagem exagerada.
A diversidade do filme também foi discutida. Awana Lopes apreciou o cuidado com os detalhes visuais, mas ressaltou a presença de “militância”, que não agradou tanto. Já Juliana Ribeiro lamentou que o filme tenha se desviado do estilo dos filmes anteriores da Barbie, que ela considerava nostálgicos e bem-humorados.
Entre as opiniões mais positivas, Quick Time destacou a importância de valores transmitidos pelo filme e celebrou a discussão de ideias feministas. Kathleen Garcia ressaltou que críticas negativas só poderiam ser levadas a sério se fossem de pessoas que de fato assistiram ao filme, defendendo a obra da polêmica.
O filme também foi alvo de análises profundas. Diego Alves da Silva elogiou o fácil entendimento da história, enfatizando a importância do empoderamento feminino atualmente.
Assim, o lançamento de ‘Barbie’ provocou reações intensas e diversas, demonstrando que a personagem continua sendo uma figura significativa e relevante na cultura pop brasileira. A discussão em torno do filme reflete a relevância da temática feminina e empoderadora, bem como o poder de Barbie em gerar reflexões sobre a sociedade atual.
Bonecas na história da humanidade
A história das bonecas iniciou-se no Egito Antigo por volta de 2000 a.C. Muitos arqueólogos encontraram bonecas em escavações egípcias; algumas eram feitas de madeira, outras de barro.
