Oito eleitores foram presos nas últimas duas semanas em cartórios eleitorais do Rio Grande do Norte, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE-RN). Os detidos apresentaram documentos falsos durante o processo de transferência eleitoral. A Polícia Federal está investigando os casos, registrados como crimes eleitorais.
Desde 15 de maio, o TRE-RN ampliou os horários de atendimento em todos os cartórios do estado para facilitar mudanças de domicílio eleitoral e a emissão do primeiro título. O crime mais recente ocorreu na quinta-feira (25), na 46ª Zona Eleitoral em Ceará-Mirim, onde dois eleitores foram flagrados usando documentos falsificados. Segundo Paulo Almeida, chefe do cartório da 46ª ZE, “percebemos que alguns eleitores estavam utilizando-se de um contrato de locação de imóvel, todos no mesmo formato e muitos assinados pela mesma testemunha”.
Na sexta-feira (26), a dupla presa passou por uma audiência de custódia, onde a juíza Niedja Fernandes dos Anjos e Silva concedeu liberdade provisória. A investigação também se estendeu a um pré-candidato, ainda não identificado publicamente.
Outro incidente ocorreu na quarta-feira (24), na 7ª Zona Eleitoral em São José de Mipibu, onde três pessoas apresentaram comprovantes de residência com inconsistências. Dois deles confessaram que foram incentivados a mudar o local de votação em troca de benefícios para as eleições de 2024. Ailton Rodrigues Barbosa, chefe de cartório da 7ª ZE, alertou que cerca de 20 a 30 requerimentos são suspeitos de fraude e estão sob análise.
O TRE-RN adverte sobre os riscos de aceitar benefícios de pré-candidatos, que podem incluir desde sacolões até promessas de cargos públicos. “É importante que o eleitor não se submeta a promessas e dádivas oferecidas por candidatos, pois isso se traduz em crime eleitoral”, reforçou Paulo Almeida.