É o maior ataque de um país europeu contra outro do mesmo continente desde a Segunda Guerra Mundial. Putin justificou ação militar para proteger separatistas no leste e ameaçou quem tentar interferir. ONU pediu que ele recue e Biden disse que guerra será catastrófica.
O ataque
- Putin ordenou uma ação militar no leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas que ele reconheceu como independentes;
- Ao discursar, o presidente russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir sofrerá consequências nunca vistas;
- Comando militar da Ucrânia afirma que país sofre uma segunda onda de ataques por mísseis;
- O Ocidente condenou imediatamente a decisão. A ONU pediu que Putin recue e Biden disse que a Rússia escolheu uma guerra de perdas catastróficasuito remota;
- Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, fala sobre a ação militar da Rússia.
Para os EUA, russos querem ‘decapitar’ governo da Ucrânia
A invasão da Ucrânia pela Rússia tem entre os seus objetivos deixar os ucranianos sem governo nenhum, e uma das três principais frentes de ataque concentra-se na capital Kiev, disse um representante do governo dos Estados Unidos à jornalistas da agência Reuters.
A avaliação dos americanos é a de que os russos pretendem “decapitar” o governo ucraniano e impor um método russo de administração pública.
Essa seria uma das motivações dos primeiros ataques, de acordo com esse dirigente dos EUA.
Bolsonaro discursa por 20 minutos em evento, mas não faz menção à invasão da Ucrânia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na manhã desta quinta por cerca de 20 minutos em um evento em São José do Rio Preto (SP), mas não fez nenhuma menção à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Foi o primeiro evento público dele desde que a Rússia fez ataques ao país vizinho.
Rússia diz ter destruído mais de 70 alvos
A Rússia destruiu mais de 70 alvos militares na Ucrânia. Entre esses, estão 11 campos de pouso, três pontos de comando e uma base naval.
As informações são do general Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa, em Moscou. Ele disse que os russos derrubaram um helicóptero e quatro drones.
A Rússia perdeu uma aeronave —segundo ele, isso aconteceu por causa de um erro do piloto.
O ministro de Defesa da Rússia, Sergey Shoigu, disse aos comandantes russos que os soldados ucranianos devem ser tratados com respeito, segundo a agência russa Ifax.
Segundo o “New York Times”, mais de 40 soldados ucranianos morreram nos confrontos desta quinta-feira. O jornal credita a informação a um assessor de Zelensky.
Ao menos 18 militares morreram em um ataque perto de Odessa, no litoral do Mar Negro.
Prefeito de Kiev diz que estações de metrô podem ser usadas como abrigos antiaéreos
Em Kiev, uma testemunha disse à agência Reuters que ouve-se uma sirene aérea. Mais cedo, foram ouvidas explosões na cidade.
O prefeito da cidade ordenou um toque de recolher e disse que há quatro estações de metrô pelas quais não passam trens que pode ser usadas como abrigos antiaéreos.
A cerca 23 quilômetros da cidade, há uma luta no aeroporto militar de Gostomel.
As tropas russas que invadiram a Ucrânia a partir da Belarus chegaram em uma região próxima da antiga usina nuclear de Chernobyl nesta quinta-feira (24). O presidente Zelensky afirmou que os russos tentam controlar Chernobyl.
A liderança pró-Ucrânia na região de Donetsk, que é controlada por separatistas aliados aos russos, afirmou que houve um ataque russo que atingiu um hospital e que quatro pessoas foram mortas.
Biden convoca encontro de Conselho de Segurança
O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, convocou um encontro do Conselho Nacional de Segurança do país nesta quinta-feira (24) para discutir os últimos acontecimentos na Ucrânia.
Uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que, antes da operação da Rússia na Ucrânia, Antony Blinken , secretário de Estado dos EUA (cargo equivalente ao de ministro de Relações Exteriores) afirmou que os EUA não tinham intenção de ter um diálogo sobre segurança com os russos.
É o momento mais sombrio da Europa desde a Segunda Guerra, diz União Europeia
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, afirmou que os momentos atuais estão entre os mais sombrios desde a Segunda Guerra Mundial.
“A União Europeia vai responder da maneira mais enérgica possível e vai concordar [em aplicar] as sanções mais duras que já implementamos”, afirmou ele.
Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica, afirmou algo semelhante: “Esse é o momento mais sombrio desde a Segunda Guerra Mundial”.
A Ucrânia pede que os aliados cortem relações diplomáticas com a Rússia, de acordo com a agência de notícias russa RIA.
Mourão diz que Brasil não concorda com invasão da Ucrânia
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira (24) que o Brasil não concorda com a invasão da Rússia à Ucrânia.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou Mourão.
G1
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