A chegada das águas do Projeto de Transposição do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte, através do leito do Rio Piranhas-Açu, marcou um momento histórico em fevereiro. A conclusão das obras foi celebrada em um evento com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no município de Jardim de Piranhas.
Os deputados estaduais Coronel Azevedo (PSC) e Albert Dickson (PROS) participaram da solenidade no último dia 8. Gustavo Carvalho (PSDB) também acompanhou parte da agenda do presidente no estado. O sonho de garantir água em quantidade e qualidade para o semiárido nordestino vira realidade após mais de uma década de espera.
Desde 2019, o Governo Federal investiu R$ 3,49 bilhões para que a água do São Francisco pudesse chegar ao Ceará, ao Rio Grande do Norte e, também à Paraíba. “Esta transposição foi prometida para 2012 e parou. Quando assumimos, em 2019, falei com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho: ‘vamos concluir obras’. E esta obra é a principal, porque água é vida. Missão dada é missão cumprida. É a conclusão do Eixo Norte”, afirmou Bolsonaro durante o evento em terras potiguares.
O presidente visitou a Barragem de Oiticica, em Jucurutu, cujas obras começaram em 1952. Porta de entrada das águas do Rio São Francisco no Rio Grande do Norte, a estrutura vai atender cerca de 330 mil pessoas de oito cidade potiguares, além de contribuir com o controle das cheias na região e permitir uma ampliação de até 10 mil hectares da área irrigada da Bacia de Piranhas-Açu.
Para o deputado estadual Albert Dickson, os investimentos do Governo Federal estão transformando a realidade do RN. “O Governo além de investir em ações de acesso à água para a população no Estado, também priorizou as obras da Barragem de Oiticica e autorizou o início da construção do Ramal do Apodi. Ações que vão garantir segurança hídrica”, destacou.
“É uma nova realidade que se desenha no Rio Grande do Norte. Essas águas vão chegar a todo Estado, levando com ela esperança, desenvolvimento e transformando cenários”, ressaltou o deputado Coronel Azevedo.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), classificou o fato como “um dia histórico” para o povo do semiárido nordestino e relembrou o empenho da Casa legislativa ao longo do tempo em lutar a favor da conclusão da obra.
“A chegada das águas do São Francisco ao RN demorou 16 anos. Uma das obras de Estado que talvez tenha sido a mais demorada nesses últimos tempos. Finalmente, um governo olhou a necessidade de enfrentar um quadro de desigualdade regional que perdura há muito tempo”, disse o deputado. “Temos certeza de que isso tornará nossa região muito mais produtiva, ajudará a combater a pobreza local e atingirá os objetivos do desenvolvimento sustentável”, frisou Ezequiel.
Para o presidente da Assembleia, o atual governo brasileiro “deu a devida importância ao sofrimento do povo nordestino, estabelecendo prioridade e destinando recursos para sua execução”. Ezequiel destacou ainda o anúncio feito pelo ministro Rogério Marinho de mais R$ 10 milhões para as obras da Barragem de Oiticica, assim como os avanços das obras do Ramal do Apodi e da adutora do Seridó, que serão determinantes para a chegada das águas a diversos municípios potiguares.
O deputado Hermano Morais (PSB) fez questão de reconhecer a participação de diversos potiguares no projeto ao longo dos últimos anos, assim como a dedicação empenhada por governos passados. Já o deputado estadual Kleber Rodrigues (PL) pontuou as novas possibilidades que os empreendedores terão com a chegada das águas do Velho Chico ao RN.
“Ter água em casa, hoje, após anos de obra, sempre foi visto com grande expectativa pelo setor produtivo que vê no empreendimento a oportunidade de desenvolver o semiárido potiguar e uma cadeia de oportunidades. Assistimos a uma nova era do setor agropecuário e um novo processo de desenvolvimento do nosso Rio Grande do Norte”, afirmou Kleber.
O deputado Vivaldo Costa (PSD) reconheceu o esforço do então ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho. “Ele que enfrentou com competência, foi para linha de frente e conseguiu sensibilizar técnicos e o presidente da República”, falou.
Obras
O ministro Rogério Marinho traçou uma linha do tempo das obras desde quando a atual gestão do Governo Federal assumiu, em 1º de janeiro de 2019, até o dia da chegada das águas do São Francisco ao estado potiguar.
“Foi este Governo que deu operacionalidade ao Projeto São Francisco. Quando assumimos, apenas 31,54% das estruturas do Eixo Norte tinham condições de operar e as águas sequer haviam saído do estado originário, Pernambuco. Fomos nós que garantimos os investimentos e as condições para que elas chegassem ao Ceará e ao Rio Grande do Norte. Muito do que havia sido construído estava praticamente abandonado, sem uso, se deteriorando”, afirmou o ministro.
“Não medimos esforços para resolver problemas, corrigir erros estruturais, recuperar e retomar obras. E, hoje, podemos dizer que 100% dos dois eixos (Norte e Leste) estão operacionais e que as águas do São Francisco finalmente chegaram aonde já deveriam estar há muito tempo”, completou.
Em 2016, apenas 16,15% do Eixo Norte e 15,67% do Eixo Leste estavam operacionais. Em 2019, no início da atual gestão, os percentuais eram de 31,54% no Eixo Norte. Atualmente, ambos os eixos estão com 100% de execução.
Além de concluir e colocar em operação todo o Eixo Norte, o Governo Federal iniciou um novo ciclo, retomando o projeto original da transposição e, com isso, um compromisso feito com a população de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Um desses projetos originais é o Ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte. As obras já estão em execução.
A estrutura vai levar as águas do Eixo Norte do Projeto São Francisco a 54 municípios potiguares, 32 da Paraíba e nove do Ceará, beneficiando 750 mil pessoas. O investimento federal é de R$ 938,5 milhões. A obra estava prevista em 2004, mas ao longo dos anos foi abandonada e apenas em 2021 o projeto saiu do papel.
Outros dois projetos originais retomados pelo Governo Federal foram o Ramal do Agreste, maior obra hídrica de Pernambuco, que foi concluído em 2021, com 99% da obra e do repasse de recursos executado pela atual gestão, e o Ramal do Salgado, no Ceará, cujas obras já estão sendo licitadas. Somados, os Ramais do Agreste, Apodi e Salgado contam com 222 quilômetros de canais.