“Não vamos desistir nunca. Ninguém vai conseguir nos parar. Vamos resolver todos os problemas, pelo menos estruturais, de exames e de cirurgias. Nós temos um compromisso com o povo”, disse a secretária de saúde de Mossoró, Morgana Dantas, ao fazer um balanço positivo da gestão da pasta e condenar a má informação. Segundo ela, as informações mentirosas lançadas em redes sociais acabam muitas vezes prejudicando a população que precisa de assistência à saúde.
Nesta entrevista, Morgana Dantas ressalta o enfrentamento dos desafios com otimismo e destaca a vontade política do prefeito Allyson Bezerra em resolver as demandas da população mossoroense.
Por Gilberto de Sousa
REDE NEWS 360 – Doutora, o prefeito Allyson assumiu a administração num momento adverso, em meio a uma pandemia, e a área de saúde é uma das pastas mais complexas. Hoje, a gente sabe que a senhora enfrentou vários desafios, desde o início da gestão. Primeiro por conta de problemas e deficiências já relatadas em face das dificuldades encontradas. Hoje é possível dizer que o pior já passou?
MORGANA DANTAS – Veja só. O pior da pandemia já passou. Com a vacina nós conseguimos que hoje a gente não tenha uma onda, um tsunami de pacientes precisando de leitos. Não tem. Conseguimos abrir menos leitos de UTI do que no ano de 2021, e conseguimos passar pelo pico que teríamos agora no ano de 2022, que foi a partir do dia 15 de janeiro. Então, o pior pico dessa pandemia, já passou. Agora, dificuldades a serem enfrentadas ainda estruturais, de equipamentos de saúde, de exames, isso tudo o município ainda enfrenta, mas estamos com planejamentos já para melhorias.
RN – Das dificuldades encontradas em relação a essas deficiências, com o seu planejamento há como comprovar um avanço substancial?
MD – Sim. O primeiro avanço foi colocar médicos em todas as Unidades Básicas de Saúde. Então aqueles pacientes que iam até a UPA(Unidade de Pronto-atendimento) para atendimento, que seria paciente de UBS, hoje ele vai para a UBS(Unidade Básica de Saúde), pois nós temos médicos para atendê-los. Outra coisa superada é ver um pediatra no município. Nossas crianças iam para atendimento em Areia Branca ou para as capitais, Fortaleza ou Natal, para conseguir passar por um neurologista. E hoje elas são atendidas em Mossoró. Temos também o psiquiatra infantil, que antes não tínhamos como fechar os diagnósticos. Um exemplo é sobre a questão do autismo. Atualmente nós temos psiquiatra nos dando esse suporte infantil. Temos também uma endocrinologista, que a gente precisava colocar no centro de obesidade, para os diabéticos. E hoje a gente consegue este atendimento. São 240 consultas por mês com endocrinologista, dentro do PAM. Conseguimos mais 02 equipamentos de ultrassonografia e 01 de ecocardiograma, por exemplo. Conseguimos aumentar o número de exames realizados dentro do PAM. Então muitas das dificuldades enfrentadas, já estão sendo sanadas. Como também a entrega da UBS do Santa Júlia, que era uma região totalmente descoberta em atendimento e esses pacientes que precisavam ir até o Redenção. Hoje eles são atendidos dentro do próprio bairro, com UBS e equipamentos novos. Médico e toda a equipe necessária. Outra também será sanada nos próximos dias, a UBS dos Pereiros. Já está em fase de reforma e no máximo de 04 meses ela será entregue à população daquele bairro, que está sendo atendida há alguns anos, dentro da UBS do Alto da Conceição.
RN – A gente sabe que o tratamento da saúde mental tem exigido um esforço de muitos governantes. Como é que tem sido desenvolvido um trabalho específico nessa área?
MD – Sim. Nós temos os CAPS no município, o aumento de psiquiatras dentro do PAM, atendendo essa demanda e vamos ter aí uma emenda que recebemos agora, do Governo Federal, e vamos conseguir construir os 04 CAPS do município, que hoje estão em locais alugados. O do Alto da Conceição, o do Nova Betânia – número 02 -, o CAPS antidrogas e ainda o CAPS infantil. Todos esses terão seus novos prédios, de acordo com o que ele tem de desenvolver para a população. Hoje são casas. E então não são equipamentos adequados para ofertar o atendimento assistencial à população. E vamos ter também a construção para as 02 unidades de atendimento – infantil e adulto -, que não deixam, também, de ser equipamentos de atendimento psiquiátrico. Também o Hospital Psiquiátrico, que nós reformamos e entregamos ainda no início da gestão, pois esse estava em estado lamentável e hoje temos um novo projeto ainda para o aumento desse hospital e agregar mais área a ele.
RN – As cirurgias eletivas? Como é que está essa situação?
MD – Nós retornamos com as cirurgias ginecológicas em outubro; já fizemos mais de 300. Retornamos com as cirurgias gerais em dezembro e operamos mais de 100 pessoas até este dia de hoje, 03 de março.
RN – Aquele trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde continua existindo a contento? Houve ampliação?
MD – Sim. Eles continuam trabalhando e nós temos déficit na cidade. Então uma das propostas de Governo do prefeito é outro concurso, para que a gente consiga trazer também mais agentes de saúde, de endemias, que é para se conseguir atender a população de Mossoró, que só vem crescendo. E esses profissionais vieram diminuindo. Alguns se aposentando, outros devido transferências de setor porque não têm mais condições de executar o trabalho de agente de endemias ou de saúde. Então a gente precisa também repor esse quadro. A gente tem treinamentos, levando esse pessoal para mostrar o quanto esse trabalho é importante, inclusive durante a vacinação. Os agentes de saúde era quem trazia pra gente a informação de onde tinha um acamado, onde tinha um idoso não vacinado. A gente levava uma equipe do posto de saúde até a casa dessas pessoas. Graças aos Agentes de Saúde.
RN – Como tem sido o tratamento com as complexidades?
MD – Nós temos aí leitos de UTI, inclusive nos próximos dias a gente deve ter um aumento geral na cidade de Mossoró, que é o Hospital São Luiz. Lançamos um credenciamento há mais ou menos 30 dias e essa empresa – o hospital – entrou para a gente fazer um credenciamento de leitos. Como também de cirurgia geral, que vamos conseguir fazer nesse novo hospital, ampliando assim a condição de atendimento à população.
RN – A população vez ou outra reclama da falta de medicamentos nas UPAs. E a gente sabe que toda reposição depende de licitação, o que termina travando o desenrolar do processo até reverter isso em atendimento. Como essa questão tem sido tratada?
MD – Nós tivemos problemas agora na oferta das medicações. E não era do produto, o medicamento. Era do produto embalagem. Faltou mercado de embalagem para entrega de medicamentos como dipirona e voltaren. Então nós tivemos dificuldade de compra. Mas hoje o município conta com essas medicações, não estamos com falta. Quando nós chegamos, não tinha lençóis nas UPA’s. Já conseguimos fechar licitações pra comprar lençóis, que já foram entregues, inclusive.
RN – Então, com a casa praticamente arrumada nessa área, como a senhora vislumbra um projeto de expansão?
MD – Para expansão, a gente ainda pensa em especialidade, pensa numa nova Policlínica lá no Alto de São Manoel, também contemplada com essa emenda que será junto com a construção desses CAPS. E vamos conseguir trazer 2 grandes centros com especialidades, com equipamentos como tomografia lá no Grande Alto de São Manoel. É uma criação enorme e de grande ganho para a população.
RN – Qual tem sido a relação, lógico, em cima da área de área de saúde, com os governos federal e estadual?
MD – Temos uma facilidade na entrada do Governo Federal. Conseguimos um apoio muito grande com o ministro Fábio Faria e ele conseguiu trazer pra gente, parte dessas emendas. Então, com isso a gente vai entregar esses equipamentos à nossa população. Por que, de recursos próprios o município não consegue uma informação. Geralmente tem um custo de mais ou menos 15% dos recursos próprios. Os demais são entregues pelo Governo Federal. O município de Mossoró, em 2021, gastou 31% dos recursos próprios da cidade, para manter os serviços que a gente precisava entregar para a população. Com o Governo do Estado, a gente consegue resolver algumas de nossas dificuldades. Porém, hoje temos uma parceria muito grande com o hospital regional, pois ele se encontra superlotado e não consegue atender as demandas. A gente geralmente trata pacientes dentro das UPA’s, que não seria o local apropriado para as internações. Nas UPA’s é para o paciente ficar no máximo 24 horas, e chega a ficar 07 dias. E nós tratamos o paciente, pra poder ele ir pra casa.
RN – Na zona rural, como é que tem sido a assistência?
MD – Também é um lugar onde o nosso prefeito se preocupa muito. Conseguimos levar médicos, estamos aí em busca de novas casas para locação em várias localidades. Por que a gente precisa entregar um equipamento melhor. Por exemplo, na área do Hipólito. Nós não temos um centro lá, alugado pela prefeitura. Encontramos dificuldades para a locação. Por que na zona rural não tem documentação e sabemos que dentro do órgão público a burocracia é muito grande. Então a gente precisa de documentações para poder fazer as locações. Existem essas dificuldades, mas, com relação à vacinação, testagem Covid, por exemplo, médico, toda a zona rural hoje é assistida. Inclusive um bairro de Mossoró que por muitos anos não tinha assistência e nós resolvemos agora. É o Nova Mossoró. Levamos pra lá equipe de médicos e enfermagem e de vacinação, uma vez por semana, às quintas feiras. Um bairro onde não tinha nenhum equipamento para atendimento. Estamos lá com o espaço sendo reformado, para que a gente possa entregar mais dias de atendimento naquela localidade.
RN – A gente sabe que quando se assume uma função chega-se cheio de vontade. E às vezes no desenrolar disso vêm algumas frustrações. O que a senhora deixou de fazer, o que devia ser feito e teve essa frustração?
MD – Eu gostaria de ter feito muita coisa. Por exemplo, zerar a fila de cirurgias, a fila de exames e a de alta complexidade que são as tomografias e as ressonâncias. Por que é que não consegue zerar os exames? Por que existe um teto para que a gente use no município. E esse teto não permite que eu autorize mais exames. Então hoje, o município não atende a necessidade da população, não é por que não queira. É por que esse teto nos impede isso. E um dos legados que a gestão do prefeito Allyson quer, é aumentar esses tetos para que a gente consiga atender a população. Cirurgias, a gente não tinha autorização para aumentar o teto, por que o município não ia conseguir pagar, através de recursos próprios, esses procedimentos cirúrgicos. Então, a emenda recebida do senador Stevenson, ela está nos propiciando também essa ajuda para a realização das cirurgias eletivas.
RN – O que a senhora vê em curto prazo daqui pra gente?
MD – Em curto prazo queremos zerar essas cirurgias, que agora vamos conseguir. E os exames, que estamos na iminência de receber uma emenda também para isso. Estamos em busca do apoio dos hospitais de Mossoró, para que se consiga executar os procedimentos em curto período de tempo. Então, a necessidade maior hoje do município, é a realização de exames e procedimentos cirúrgicos.
RN – A senhora acredita que o fato deste ser um ano político, esse fator possa atrapalhar um pouco esse processo? A oposição política atrapalha?
MD – O que atrapalha é a má informação. É jogar em redes sociais, fake news, como a vacinação – de que a gente não se vacina. Muita gente procura as UBS’s por apoio, por causa das fake news. Eu já encontrei notícias na internet, da falta de medicação em tal UBS. E eu indo pra lá. E me diziam “Morgana, eu tenho essa medicação!”. Então aquela pessoa que está em casa doente, ela não vai à UBS por que já disseram através das redes sociais, que o medicamento não está lá. E isso provoca problemas inclusive de saúde em muitas pessoas que estão em casa. Então, o que me atrapalha muito é a má informação.
RN – E com relação aos equipamentos?
MD – Quando chegamos, encontramos dificuldades para o conserto dos equipamentos. Hoje a gestão, ela não espera. Pega o equipamento com problemas e em menos de 12 horas tem devolvido para a realização dos exames. Isso tem feito uma diferença muito grande para a demarcação dos procedimentos. Por exemplo: Raio X do PAM, se quebrava todos os dias. Mas a gente consertava todos os dias. E aí conseguimos colocar mais um Raio X na UPA do BH. Sendo assim, a gente supriu a necessidade do município, em Raio X.
RN – Cite outras melhorias?
MD – É o pagamento de salários em dia, dentro do mês. E assim a gente dá a possibilidade, à população, aos funcionários da prefeitura, de conseguir contar com esse salário, naquele dia, podendo já fazer suas compras sem medo das dificuldades no pagamento.
RN – Suas considerações finais:
MD – O que eu tenho para falar sobre essa gestão, é que não vamos desistir nunca. Ninguém vai conseguir nos parar. Vamos resolver todos os problemas, pelo menos estruturais, de exames e de cirurgias. Nós temos um compromisso com o povo, e ainda a melhoria da Policlínica lá no Alto de São Manoel. Então é o compromisso dessa gestão com o povo de Mossoró.