O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nessa quarta-feira (16/3), que uma autopurificação da sociedade só “fortalecerá o país”.
“Mas qualquer povo, e ainda mais o povo russo, sempre será capaz de distinguir verdadeiros patriotas da escória e dos traidores, e simplesmente cuspi-los como uma mosca que acidentalmente entrou em suas bocas. Estou convencido de que uma autopurificação tão natural e necessária da sociedade só fortalecerá nosso país, nossa solidariedade, coesão e prontidão para responder aos desafios”, disse Putin.
Em sintonia com Putin, o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, afirmou que os cidadãos do país que se opõem à guerra na Ucrânia são verdadeiros “traidores”.
Em declaração realizada nesta quinta-feira (17/3), Peskov demonstrou incômodo com aqueles que estão se demitindo de seus empregos e deixando o país em protesto à política do presidente Vladimir Putin.
“Em tempos difíceis, muitos mostram sua verdadeira essência. E muitos estão se revelando, como dizemos na Rússia, traidores”, disse a repórteres.
As falas de Peskov se unem às de Putin, que acusou o Ocidente de provocar a guerra e tentar cancelar a Rússia. O presidente também afirmou que os países querem usar “traidores russos” como uma força estratégica para destruir o país. O mandatário ainda atacou aqueles que, em Moscou, os apoiavam.
O governo russo tem reprimido qualquer forma de protesto em seu território. Desde o início da invasão, no dia 24 de fevereiro, 14.977 pessoas foram presas no país por se manifestarem publicamente contra a ação russa, de acordo com o monitoramento da ONG OVD-Info.
Em nível global, porém, a população de diversos países demonstraram apoio à Ucrânia por meio de manifestações.
Metrópoles