Erinaldo Silva
Clima quente e chuvas intensas, típicas do verão, criam condições favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte emitiu um alerta à população diante das análises epidemiológicas que indicam a possibilidade de um aumento substancial nos casos de arboviroses, especialmente da dengue, durante este período.
Em 2022, o estado enfrentou mais de 12 mil casos confirmados e 21 óbitos relacionados à dengue. Nas últimas seis semanas epidemiológicas de 2023, os números já ultrapassaram os registrados no ano anterior. A coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Diana Rego, expressou preocupação: “Já neste fim de 2023, vimos que a curva de casos de dengue está acima da mediana, sinalizando um aumento significativo.”
De acordo com o relatório “Reflexões sobre o risco de arboviroses em 2024”, da Fundação Oswaldo Cruz, distribuído pelo Ministério da Saúde, prevê-se cerca de 2,2 milhões de casos suspeitos de dengue no Brasil em 2024, com estimativas de aumento em quase todos os estados, destacando-se a região Nordeste.
A Sesap divulgou uma nota informativa com 25 recomendações aos municípios potiguares, abrangendo desde a ampliação da detecção de casos até medidas reconhecidas de limpeza para cortar os focos de proliferação do mosquito. A secretaria também informou que colaborará com as forças de segurança na Operação Verão, intensificando as ações de conscientização.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios. Locais de armazenamento elevados e no nível do solo foram identificados como os principais focos de procriação dos vetores.
A OMS emitiu alertas em setembro e outubro de 2023 para o aumento de casos de dengue, enfatizando a necessidade de vigilância, diagnóstico precoce e tratamento. O Ministério da Saúde também reforçou o alerta em novembro, destacando a retomada da circulação de todos os sorotipos de dengue no país após 15 anos.
O último boletim epidemiológico da Sesap referente a 2023 aponta 12.048 casos de dengue notificados, dos quais 2.430 foram confirmados, resultando em três mortes. Ações preventivas e o engajamento da população são cruciais para conter a propagação das arboviroses neste período crítico.
