José Nilton Cardozo, um idoso de 65 anos, finalmente terá a oportunidade de se submeter a um procedimento médico para retirar um tumor intracraniano de proporções gigantescas que aflige seu rosto. A luta desse paciente pela atenção médica se arrasta desde março no sistema público de saúde do Rio Grande do Norte.
A família de José Nilton tem acompanhado de perto o sofrimento do idoso, que chega a consumir até 18 doses diárias de morfina para suportar as dores intensas causadas pelo tumor. Em busca de solução, a família recorreu à Justiça para garantir que o procedimento fosse realizado com a urgência necessária. Em junho, obtiveram uma decisão favorável do Tribunal de Justiça do RN.
O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) confirmou ao g1 que agendou o procedimento de embolização, uma técnica que visa bloquear o fluxo sanguíneo para formações indesejadas, para quinta-feira (10).
A cirurgia para a retirada do tumor está prevista para o sábado (12) na Policlínica da Liga Contra o Câncer. O tumor intracraniano foi diagnosticado como meningioma, um tumor benigno que se desenvolve a partir das membranas que envolvem e protegem o cérebro. O crescimento descontrolado do tumor resultou em surdez em um dos ouvidos do idoso.
José Nilton tem vivido meses de angústia e dor incessante, recorrendo a medicações para lidar com o desconforto. “Sinceramente não dá pra explicar [a dor], porque é fora do controle do ser humano. Só o Senhor que está me sustentando. É uma coisa que não se explica. Pra quê tanto sofrimento assim? E às vezes eu penso que eu fui uma pessoa de só fazer o bem”, compartilha José Nilton.
A família, enquanto faz o possível para auxiliar o idoso, também é profundamente afetada ao ver o estado dele. A mãe de José Nilton, Maria Macena, de 86 anos, expressou a tristeza da família diante da situação: “A gente o vê nesse estado, quer fazer alguma coisa e não consegue, porque a gente fica fazendo de tudo para agradá-lo, para ver se ele se consola. Mas a gente não sabe nem o que dizer. É muito triste o que a gente está passando”.