A situação alarmante no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, reflete uma crise sistêmica na saúde pública do Rio Grande do Norte. Conforme denúncia veiculada pelo Jornalismo TCM, imagens e vídeos revelam um cenário de completo caos, com pacientes de todas as idades, incluindo idosos e pessoas em cadeiras de rodas, amontoados em macas pelos corredores da unidade.
Este triste retrato da saúde pública é apenas um sintoma de uma gestão estadual negligente, que falha continuamente em prover recursos e estrutura adequados para atender a demanda crescente não só de Mossoró, mas de toda a Região Oeste. A superlotação crônica, exacerbada por um pico nos acidentes de trânsito e no surgimento de diversas enfermidades, parece ter sido apenas parcialmente aliviada com medidas paliativas.
Segundo relatos de acompanhantes, a noite de quarta-feira (10) foi particularmente difícil, com uma redução visível somente na manhã do dia seguinte. Apesar das alegações da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e da direção do hospital de que esforços estão sendo feitos para resolver a situação, as ações tomadas até o momento parecem insuficientes e tardias.
A resposta oficial, que afirma uma “aceleração nos processos de atendimento” capaz de acomodar todos os pacientes em macas até a tarde de quinta-feira (11), não pode mascarar a realidade de uma gestão que, de forma reiterada, deixa seus cidadãos à mercê de um sistema sobrecarregado e desumanizado.
É imperativo que o Governo do Estado adote medidas urgentes e eficazes para revolucionar a administração da saúde pública. A população do Rio Grande do Norte merece mais do que soluções temporárias e desculpas esfarrapadas. Chegou o momento de reestruturar com seriedade os fundamentos do nosso sistema de saúde, garantindo a todos os cidadãos o direito constitucional à saúde de qualidade.